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Fórum Nossa Felicidade discutiu o valor do dinheiro, do trabalho e da vida pessoal para as mulheres

Figuras femininas importantes, como a jornalista Marília Gabriela e a maquiadora Vanessa Rozan, participaram do fórum Nossa Felicidade compartilhando experiências e lições para a carreira

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 10 abr 2024, 09h20 - Publicado em 6 ago 2013, 21h00
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Painel com Vanessa Rozan e Eneida Bini, mediado pela diretora de redação da Abril Angélica Santa Cruz
Foto: Marcelo Brandt/ MdeMulher

Os desafios que a mulher brasileira tem à sua frente e as experiências e lições de importantes figuras femininas, como a maquiadora Vanessa Rozan e a jornalista Marília Gabriela, para lidar com eles foram a tônica do fórum Nossa Felicidade, realizado na última terça-feira, 6 de agosto, em São Paulo. Com o tema “Qual o verdadeiro valor do dinheiro, do trabalho e da vida pessoal para as mulheres?”, o evento fez parte de um movimento encabeçado pelas revistas femininas da editora Abril – Claudia, Nova, Lola, Elle e Estilo -, pelo portal MdeMulher e pelo banco HSBC.

Abrindo o painel sobre a diferença do valor do dinheiro para homens e mulheres, que também teve participação do economista e escritor Eduardo Giannetti, a jornalista Mônica Waldvogel chamou atenção para o fato de estamos constantemente discutindo nossa posição no mundo, enquanto não há esse tipo de debate e angústia entre os homens. Para ela, isso acontece porque o jogo de poder e de dinheiro é masculino, feito a partir de regras criadas e dominadas por eles. Portanto, é normal que os homens saibam como se portar e nós estejamos o tempo todo tentando decifrar cada mudança.

Para as mulheres, “mudança” tem sido a palavra de ordem desde meados do século 19, quando começaram a protestar a favor do tratamento jurídico igualitário. No início do século seguinte, a conquista do direito de votar e ser votadas gradualmente se tornou realidade em diversos países. No Brasil, o marco é o Código Eleitoral de 1932, cujo artigo que estabelecia o voto feminino foi posteriormente incorporado à Constituição de 1934.

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Entre as décadas de 1960 e 1980, na onda da contracultura, mais mudança: as mulheres passaram a ter mais controle sobre seu corpo e sua vida privada, graças à invenção da pílula anticoncepcional. A partir de então, cada vez menos o nosso destino esteve obrigatoriamente atado à formação de uma família e ao papel de mãe e esposa. Ficamos livres para desbravar o mercado de trabalho e, com o salário e a independência financeira, veio também e Independência – assim, com “I” maiúsculo. Pudemos, finalmente, nos tornar donas das próprias vidas.

De fato, após tantas mudanças, a desigualdade diminuiu. Segundo o Global Gender Gap Report, documento elaborado por pesquisadores da Universidade de Harvard e da Universidade da Califórnia que avalia a desigualdade entre os sexos, em 2012 o Brasil pulou do 82º para o 62º lugar no ranking. Contudo, mesmo com um cenário mais positivo, cá estamos tentando decifrá-lo novamente porque, com a nova posição da mulher na sociedade, surgiram novos dilemas. Veja alguns exemplos. As mulheres são mais qualificadas que os homens – ocupam 58% das vagas nas universidades brasileiras – mas recebem, em média, 26,7% menos que eles. No Brasil, não alcançamos a alta cúpula das empresas: apenas 3% dos Chief Executive Officers (CEOs), são mulheres. Em casa, ainda não conseguimos encontrar equilíbrio: gastamos 22,3 horas por semana com afazeres domésticos contra as 10,2 horas dos homens.

Fórum Nossa Felicidade discutiu o valor do dinheiro, do trabalho e da vida pessoal para as mulheres
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Paula Mageste, diretora de redação de Claudia, media painel com Bel Pesce e Nadir Moreno
Foto: Marcelo Brandt/ MdeMulher

Os novos dilemas femininos

Esses novos dilemas foram assunto ao longo de todo o fórum. Para a jovem empreendedora Bel Pesce, de 25 anos, o tão procurado equilíbrio é subjetivo e não está relacionado a uma média de horas que cada pessoa gasta trabalhando ou em momentos de lazer. “Métrica de felicidade é você estar feliz com você mesmo e com os outros”. A presidente da multinacional UPS, Nadir Moreno, de 44 anos, com quem Bel participou de um painel sobre o tema, acredita na importância da flexibilização de horários para que as mulheres consigam conciliar carreira e vida pessoal. “As empresas devem implementar programas para a mulher alcançar o seu equilíbrio — seja adotando o home-office ou dando a oportunidade de trabalhar meio período”, ela ressaltou.

Embora a média salarial da mulher seja inferior à do homem com a mesma escolaridade, em muitos casais é ela quem ganha o maior salário. Para a jornalista e escritora americana Liza Mundy, essa nova configuração gera uma inversão nos papéis de homens e mulheres no casamento. Autora do livro O Sexo Mais Rico (Companhia das Letras), que será lançado neste mês no Brasil, a convidada do fórum disse que é cada vez mais comum o relacionamento entre mulheres escolarizadas e homens com nível de graduação menor, já que o matrimônio deixou de ser o principal meio para as mulheres atingirem o sucesso profissional.
 

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Fórum Nossa Felicidade discutiu o valor do dinheiro, do trabalho e da vida pessoal para as mulheres

A escritora e jornalista americana Liza Mundy, autora de O Sexo Mais Rico
Foto: Marcelo Brandt/ MdeMulher

A carreira, por si, se tornou o caminho para o nosso sucesso profissional, embora ele não seja o mesmo para todas. A ex-presidente da Herbalife Eneida Bini, por exemplo, deu uma guinada na vida depois de trinta anos de profissão. Ela pediu demissão, tirou um ano sabático para estudar na Austrália, onde o filho mora, e, de volta ao Brasil, resolveu abrir uma empresa de consultoria, em vez de retomar a rotina frenética de executiva. Já a maquiadora Vanessa Rozan empreendeu num setor inovador para conseguir aliar a paixão profissional ao sonho de ter uma família. Ao trocar o cargo de maquiadora sênior da empresa de cosméticos M.A.C. pela criação de uma escola de automaquiagem, ela conseguiu flexibilizar os horários o suficiente para se tornar mãe. Para as convidadas, cada mulher precisa descobrir o que é melhor para si – trabalhando em uma grande corporação ou abrindo um negócio próprio. Seja qual for o caminho, Eneida acredita que o dinheiro deve sempre ter a função de proporcionar independência para que as mulheres assumam o controle das próprias vidas. “É isso que nos dá poder”, ela diz.

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A ideia de ser gestora da própria vida também esteve presente na palestra da jornalista Marília Gabriela, que fechou o fórum. Com mais de 40 anos de carreira, Marília já passou pelo Jornal Nacional e teve diversos programas de entrevistas próprios, como TV Mulher e De Frente com Gabi, além de ter participado de peças, filmes, novelas e minisséries. “Eu fui a minha maior defensora até hoje e gosto de ser assim: dona das minhas decisões. A vida foi me aperfeiçoando nessa função”, ela afirma. Para enfrentar o mercado de trabalho, ainda majoritariamente masculino, Marília aconselha as mulheres a não contribuir para manter a desigualdade: “Não aceitem ser menos do que são e do que podem ser”.

Além do fórum Nossa Felicidade, integra o movimento uma pesquisa exclusiva que fornece subsídios para a produção de reportagens e alimenta a discussão com as mulheres nas revistas envolvidas e nas redes sociais. O resultado da pesquisa estará na edição de setembro de Claudia.

 

SAIBA MAIS SOBRE CADA PAINEL DO FÓRUM

Vida pessoal e trabalho: a busca de um novo equilíbrio
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Questão de gênero: qual o valor do dinheiro para o homem e para a mulher?
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Donas de si: novas escolhas para as mulheres brasileiras
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Palestra – Liza Mundy

Palestra – Marília Gabriela

* Com conteúdo de Claudia e Nova
 

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