Rita Batista: “Sou a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa”
Em um bate-papo sobre carreira e maternidade, a apresentadora do Saia Justa compartilha como o autoconhecimento e a conexão espiritual inspiraram seu novo livro
Das redes sociais à televisão, Rita Batista sempre chamou a atenção do público, seja por sua sensibilidade com as palavras ou pela eloquência no jornalismo. A apresentadora do programa semanal Saia Justa, no GNT e É de Casa, na TV Globo, domina um repertório que agarra o público há mais de 20 anos na TV aberta. Segundo ela, o segredo de tanta conexão está no autoconhecimento.
Aos 45 anos, Rita divide, sem apego ao glamour, uma rotina que caminha em direção a um equilíbrio entre o espiritual e a agitação dos sets de filmagem, além da maternidade.
Em entrevista exclusiva à CLAUDIA, a apresentadora abriu seu coração – e a alma – sobre a nova fase na televisão, que inclui não apenas trabalhos irreverentes como apresentadora, ao lado de figuras carimbadas na TV como Eliana, Bela Gil e Maria Beltrão, mas também com o lançamento de seu primeiro livro de mantras, A Vida É Um Presente.
Nele, Rita aborda justamente sua trajetória com o autoconhecimento e o desenvolvimento da autoconfiança através de mantras que a ajudaram a se manter conectada com o público. “A gente precisa se entender primeiro para conseguir se comunicar com o outro”, afirma.
“Sabe aquela velha história de que, se você verbaliza coisas boas para uma plantinha, ela floresce e cresce firme e forte? Pois bem, acho que fui bem regada com boas palavras, e isso fez toda a diferença na minha infância e criação.”
E não foi apenas durante a infância que os reflexos dessa prática espiritual guiaram Rita. Já adulta, ela conta que os ensinamentos adquiridos através dos estudos sobre os mantras e palavras de afirmação a mantiveram firme em meio às incertezas da vida.
“Viver é um processo que não estagna. Na verdade, se aprimora de acordo com as nossas vivências e espiritualidade, que devem ser ouvidas e interpretadas. Foi durante essa caminhada que fui apresentada aos Mestres Ascencionados, entre eles o Mestre Saint Germain, que é meu guia de afinidade e que me acompanha até hoje”, explica.
As reflexões espirituais a que Rita se refere e que inspiraram a composição de seus livros, partiram do contato com ensinamentos e práticas espirituais dinâmicas da Fraternidade Branca. Saint Germain, por exemplo, o Mestre do Sétimo Raio que a guia, é responsável pela transmutação e purificação do ser — dois temas centrais no compilado de mantras escritos pela apresentadora.
“O Livro de Ouro de Saint Germain, que também é um livro de mantras, fala justamente sobre essas afirmações e decretos que o próprio Chohan decodificou para nós, humanos, para aprendermos sobre o poder do ‘eu sou’”, exemplifica.
“Ali, aprendi que qualquer coisa dita após ‘eu sou’ não deve ser depreciativa ou que desabone nossa condição. ‘Eu sou chata. Eu sou irritante. Eu sou mal-humorada’ não nos servem. Devemos nos regar com o oposto: ‘Eu sou abençoada, eu sou querida, eu sou amada, eu sou resoluta, eu sou eficiente’. Na verdade, eu sou a melhor coisa que pode acontecer na vida de qualquer pessoa e corporação”, afirma, sem hesitar, em meio a risadas.
Equilíbrio consciente
É durante os programas semanais do Saia Justa que acompanhamos toda a sensibilidade e consciência da apresentadora ao expor suas opiniões — cirúrgicas, diga-se de passagem — sobre temas que permeiam a vida e o cotidiano de mulheres que, assim como ela, são mães, profissionais e donas de seus próprios destinos e sabedorias.
“Eu faço aquele famoso malabarismo, que boa parte das mulheres brasileiras fazem, obviamente, diante dos meus privilégios. Por isso que, aqui, reflito sobre essa salvaguarda de devidas proporções que é ser uma mulher preta independente”, reflete.
E na corda bamba da vida, por onde Rita caminha e se equilibra com seus preciosos pratos, a extensão vai de Salvador (a apresentadora abriu as portas de seu lar para CLAUDIA), sua terra natal, onde mora com o filho Martin, de 6 anos, até o Rio de Janeiro, onde ocorrem as gravações dos programas semanais que apresenta.
Ela comenta que optar por essa rotina de deslocamento, a fim de manter proximidade com a família após o divórcio, trouxe outras reflexões, ainda mais profundas, sobre sua figura enquanto mulher na televisão, onde o exercício de apresentadora pode ser confundido com uma vida glamourosa, para alguns.
“Estamos acostumadas com a migração dos homens que se deslocam na busca por suas melhorias individuais, anseios profissionais e que rompem fronteiras da vida sem grandes obstáculos. Mas quando se trata de uma mulher, existe sempre uma questão”, pontua.
“Nós conseguimos estabelecer esse deslocamento do nosso jeito, fazendo com que ele [filho] entenda. Ele já acompanhou algumas vezes essa jornada de gravações e sabemos que não é nada recreativo para uma criança de 6 anos, porém, ele entende que não vai ser divertido e que é um trabalho. O meu trabalho”, reflete a jornalista ao comentar sobre a nova rotina de gravações ao lado do filho, fruto do relacionamento com o terapeuta Marcel Suzart.
E diante das nuances da maternidade e carreira, ela compartilha, com excitação, a liberdade de dar conta não de tudo, mas do muito que consegue alcançar enquanto mãe e profissional, ressaltando a importância da rede de apoio na criação do pequeno.
“As vezes me perguntam sobre o Martin quando estou sozinha, e não penso duas vezes em responder: ‘Eu não sei exatamente onde ele está ou o que está fazendo, mas sei que ele está com o pai’”, brinca. “Quando faço essa comparação, percebo que, para muitas mulheres no Brasil, principalmente para as mais de 11 milhões de mães solo no país, equilibrar tudo isso, ao mesmo tempo, parece que para algumas é uma possibilidade, já para outras é um fardo”, diz.
“Viajar de avião e dormir em hotéis não é um luxo, é simplesmente parte do meu trabalho. Não sou especial, mas reconheço que a realidade caminha diferente para algumas de nós, assim como os privilégios distintos. Estou falando de uma mulher que faz TV, tem um salário compatível com isso, possui o apoio do ex-marido que cumpre com suas obrigações e utiliza do privilégio que é ter uma rede de apoio profissional. Isso faz toda a diferença.”
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