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O que as empresas esperam dos profissionais do futuro

O destino das novas carreiras segundo Julia Curan, consultora da WGSN Mindset

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 ago 2020, 16h21 - Publicado em 28 fev 2019, 12h05
 (Reprodução/Getty Images)
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Na edição de fevereiro de CLAUDIA, preparamos um especial de carreira para falar dos novos estilos de mercado que estão sendo adotados por empresas em todo o país. A seguir, Julia Curan, consultora da WGSN Mindset – líder global em previsão de tendências de estilo de vida –, aponta o destino das novas carreiras e quais habilidades elas exigirão de quem se candidata a uma vaga.

O comportamento das novas gerações permite mapear o que podemos esperar do cenário profissional nos próximos anos. É o que mostra o estudo inédito Futuro do Trabalho, da WGSN em parceria com o LinkedIn. A pesquisa traçou um panorama das alterações que devem ocorrer no mercado e nas escolhas dos consumidores. Para Julia Curan, consultora da WGSN Mindset, braço responsável por projetos e levantamentos customizados da empresa, o resultado ressalta ideias que prometem sacudir as carreiras tradicionais desde o ensino até o desenvolvimento de habilidades específicas e a apropriação da tecnologia no dia a dia. O futuro já começou.

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O que podemos esperar dos empregos daqui para a frente?

A tecnologia passou a fazer parte de nossa vida de um jeito que nunca havíamos visto. Se o mundo mudou e o trabalho vai mudar, as competências exigidas tambem serão outras. Chegamos a três premissas essenciais: a importância do caráter humano para interpretar informações e sistemas; a sintonia entre o físico e o digital; e o protagonismo das aptidões humanas. A primeira tem a ver com a necessidade de ter alguém para analisar o que é produzido pela inteligência artificial. Estima-se, inclusive, que ela deve criar mais vagas até 2020 do que eliminar – diferentemente do que muitos temiam. Além disso, a possibilidade de usar a tecnologia para produção de bens materiais, como faz a impressão 3D, permite suprir mais rapidamente nossas necessidades. Por último, temos a valorização de características humanas insubstituíveis, como empatia e colaboração.

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Como as escolas e as universidades estão se preparando para isso?

O Fórum Econômico Mundial estima que 65% das crianças que estão hoje no ensino fundamental vão ter empregos que ainda nem existem. Por isso, o jeito tradicional de ensinar vem sendo colocado em xeque. As escolas têm incluído a gameficação e design thinking na grade. No Brasil, temos casos de instituições que usam o método da meditação da atenção plena como maneira de trabalhar habilidades físicas e mentais. Também observamos que as lições de empreendedorismo estão sendo abordadas em acampamentos lúdicos. Nas faculdades, a preocupação é com o lado socioemocional do aluno, para que ele tenha sua saúde mental como prioridade. É o caso da Universidade Yale, que criou um centro para inteligência emocional com programas para pesquisar como treinar o controle dos sentimentos.

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De que modo os millennials e a geração Z interferem nos padrões de comportamento profissional?

Sempre há ruptura de uma geração para outra, mas elas vão coexistir em um mercado em transição. Os millennials são filhos nascidos durante o Plano Real, momento em que o Brasil era uma promessa econômica. Por isso, apresentam traços rebeldes. São líderes contrários às hierarquias rígidas, que não enxergam a estabilidade na construção da carreira como algo valioso. Há quem os considere ainda uma geração financeiramente desorganizada e que não se prepara a longo prazo porque as coisas parecem fáceis de ser alcançadas. Já a geração Z veio em um período de crise e vai tentar resgatar algumas tradições, como a permanência por mais tempo nos mesmos lugares e a valorização do contato humano em detrimento do digital.

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Em termos de cultura empresarial, o que tende a surgir ou continuar?

A transparência, a cordialidade e o cara a cara sempre ficarão. São experiências que traduzem os valores humanos. A diversidade vira regra e a separação entre vida pessoal e profissional deixará de existir. Vejo uma onda de positividade, porque a sensibilidade tende a ser cada vez mais valorizada de acordo com os passos da geração Z.

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