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Mulheres: a engrenagem do agronegócio brasileiro

Mães, esposas e, de repente, sucessoras. Produtoras rurais enfrentam dificuldades, mas se sentem orgulhosas por fazer girar um dos maiores setores do país

Por Abril Branded Content
Atualizado em 4 dez 2018, 18h39 - Publicado em 3 dez 2018, 16h42
Para a produtora rural Janaina Flor, trabalhar em uma área que leva desenvolvimento às cidades e alimento à população é uma grande honra  (Demian Duarte/Abril Branded Content)
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O agronegócio é um dos grandes motores da economia do país. No ano passado, uma safra recorde levou o setor agrícola a crescer 13%, no melhor desempenho do PIB desde o início da série histórica do IBGE, em 1996. Não à toa, quem trabalha na área sabe que faz girar uma engrenagem que suporta o país e alimenta milhões de pessoas todos os dias. E se antes o setor era dominado apenas por homens, hoje as mulheres estão conquistando seu espaço à frente do trabalho no campo — e elas estão cada vez mais orgulhosas por isso.

Segundo dados de um estudo realizado em 17 países com 4 157 produtoras rurais a pedido da Corteva Agriscience, Divisão Agrícola da DowDuPont, 90% das mulheres que trabalham no campo se sentem orgulhosas de suas funções. Quando se trata daquelas que dizem se sentir muito orgulhosas, porém, o Brasil passa à frente da média dos outros países em 10 pontos. “Ainda que as mulheres reconheçam que a discriminação de gênero é uma realidade no agronegócio, elas veem que estão rompendo uma barreira enorme e acumulando casos de sucesso, mesmo num ambiente ainda hostil”, explica a diretora de marketing da Corteva para América Latina, Ana Cerasoli.

De fato, é assim que se sente Janaina Flor, fundadora e coordenadora do Núcleo Feminino da Pecuária Goiana (NFPGO), que tem 200 integrantes. Ela conta com orgulho que vem de uma família de produtores rurais e que cresceu na fazenda, passando o dia nos currais. Foi de seu tio que herdou a paixão pelo campo. Segundo ela, isso é comum entre muitas mulheres que trabalham na área. “A fazenda não é para mulher um negócio. Na maior parte das vezes, ela se torna uma profissional do setor por uma história familiar. É, geralmente, uma passagem: vem do pai, da mãe, do marido”, diz. “E o que eu vejo de mais bonito nisso é que existem muitas mulheres que se viram na situação de sucessoras, não tinham nada a ver com aquilo e se sentiram imbuídas desse legado familiar, de honrar um pai, uma mãe”, afirma.

Não é só isso. O orgulho vem também de trabalhar em uma área que leva desenvolvimento às cidades e alimento para toda a população. “A produção de alimento é necessária. A cidade cresce, as pessoas demandam, tudo provém do campo. É um trabalho que alimenta pessoas e colabora para a saúde delas”, explica Janaina. E, para isso, elas se desdobram: são mulheres, mães, esposas, produtoras. “Temos essa característica multidisciplinar. A mulher precisa ter toda uma organização na sua vida, na sua família, para ter uma segunda função.”

DIFICULDADES

Está longe, no entanto, de ser fácil. Janaina conta que frequentemente fazendas lideradas por mulheres são vistas por homens como “fazendas boas para se comprar”. “A mulher enfrenta barreiras e dificuldades porque eles tendem a achar que ela não vai dar conta. Muitas pessoas não gostam de negociar com a mulher. Ela é cercada de desafios diários, mas isso não a impede de forma alguma de buscar tecnologia, inovação e lucratividade”, diz.

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Não à toa, elas veem em núcleos de mulheres o suporte de que precisam para enfrentar as dificuldades do dia a dia. É o caso, por exemplo, do NFPGO. Iniciativas como essa estão surgindo por todo o país. “As mulheres estão descobrindo o poder de se reunir em associações de produtoras. Temos ouvido várias produtoras rurais compartilhando o valor da troca de experiências e aprendizado entre elas e como se sentem mais empoderadas e motivadas por terem criado grupos de mulheres na sua cidade”, diz Ana, da Corteva.

A Corteva, por sua vez, tem incentivado esse movimento com projetos como a Academia de Liderança das Mulheres do Agronegócio, que tem como objetivo capacitar brasileiras que se dedicam às atividades no campo. “Essa associação e suporte alimentam o orgulho das mulheres. Elas se sentem mais empoderadas e seguras sempre que têm respaldo e vão assumindo mais riscos, se colocando com responsabilidades maiores no agronegócio”, finaliza.

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