Uma retrospectiva sexual a partir da série “Sex/Life”
A colunista Kika deixa um recado às mulheres 50+: "tenham vida sexual até morrer, mas com novas formas de prazer, afinal de repertório a gente entende"
Já está viciada? Pois é, a nova série da Netflix, Sex/Life, faz uma revisitada no passado lagartixa do sexo selvagem, que cada uma das mulheres que hoje vivem um casamento morno, em tese, já viveu.
Eu resolvi pegar a temática e fazer eu mesma a minha viagem interior sexual e lembrar de cada foda pelo caminho. Transei muito. Metade eu dispensaria hoje. A gente se violenta tanto e na maturidade é hora de se perdoar. Mas nesse rewind horizontal, dessas lembranças de “ais” e “uis”, eu quero que você leitora também viaje pelo seu cérebro carmim, repleto de obscenidades vividas ou até aquele recalque de nunca ter jacado na cama alheia.
Aliás, não sei avaliar se aquele “dadeira” do passado é mais bem resolvida do que a pudica que se manteve monotemática. Dizem que quantidade não é qualidade e na cama eu acho uma super verdade. Mas vamos lá. Você já transou com mulher? Com um homem bem dotado daqueles que fazem tremer até atriz pornô? E com pau pequeno? Suruba? Já transou com primo? Já viveu um boa-noite Cinderela? Já deu na mesa da sala? Já fez no mar, na cabana, na favela ou no palácio? Tá vendo que tenho estrada né?
Mas sabe que hoje, com meus cabelos (e pentelhos) brancos, eu faço uma revisão criteriosa do que vivi na cama. Acho que o que vivo hoje – apesar da cadência bem mais tímida – é infinitamente melhor. Sei aonde sinto mais, gosto que peguem aqui, que não toquem ali, não quero mais performances atléticas, mas sim uma serenidade no sentir.
Transar e sobretudo gozar na menopausa (sem reposição hormonal, proibida no meu caso) é tarefa hercúlea, mas sigo me ofertando caminhos novos para o meu prazer. Aumentei a minha masturbação, invisto em brinquedinhos e curto quando meu marido e eu rimos a valer na cama. Pode nem ser uma transada com carrinho na garagem, mas o passeio é dos melhores.
Então, mulherada 50+ tenham vida sexual até morrer, mas com novos sentires e novas formas de prazer, afinal de repertório a gente entende. Bora aplicar?