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Como sobreviver às festas de final de ano?

As festas de fim de ano nem sempre são motivo de alegria e confraternização. Fazer perguntas genuínas pode ajudar a criar laços frutíferos com seus queridos

Por Diana Gabanyi e Jackie de Botton, CEO e Diretora Criativa da The School of Life Brasil
14 dez 2023, 08h00
 (Claudia/Canva/CLAUDIA)
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Mais uma vez estamos naquela “maravilhosa” época das festas de Final de Ano. Um momento em que somos convidados para participar de amigos secretos, passar mais tempo com a família, sair com os amigos, ir a longas sessões de trocas de presentes cuidadosamente escolhidos e confraternizar com colegas, gestores, parceiros e clientes do trabalho… Ou pelo menos essas são as ideias que anúncios e cartões comemorativos se empenham em nos fazer absorver e praticar.

É nesse período que somos convidados a desfrutar de uma agenda lotada de almoços, jantares e happy hours, com a implacável pressão para sermos alegres e amigáveis.

Dezembro é só alegria?

Mas, para muitos de nós, dezembro pode ser o mês mais angustiante do ano. Talvez estejamos com muitas preocupações ou insatisfações pessoais e profissionais. É possível que a sonhada afinidade com a família não exista, que não consideremos um happy hour da empresa como o ápice do prazer humano e que a lista de amigos não seja tão extensa quanto gostaríamos. Às vezes, só estamos cansados mesmo.

Foi Aristóteles, porém, quem disse que o ser humano é, por natureza, uma criatura social. No fundo, valorizamos viver em sociedade. Então, a nossa sugestão para as festas deste final de ano é: não se tranque em você. Abra-se para criar conexões frutíferas e enriquecedoras com as pessoas que encontrar, sejam elas conhecidas ou desconhecidas. Faça perguntas além do óbvio. Ouça completamente o que é dito sem, paralelamente, ficar fazendo julgamentos mentais ou premeditando respostas. Isso vai te ajudar a ampliar a compreensão do que se fala e de quem fala.

Como curtir o fim de ano

Aqui vão algumas sugestões de boas perguntas para fazer ao outro e a você:

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  1. Há algo ruim que te aconteceu e acabou transformando você em alguém melhor?
  2. Quais são os pequenos e grandes prazeres que fazem a sua vida valer a pena?
  3. Que conversa mais contribuiu para levar sua vida a uma direção inesperada?
  4. Quais as qualidades mais importantes que você procura em um amigo?
  5. Você é mais o tipo que gosta de festas ou noites tranquilas em casa?
  6. De que forma você é diferente dos outros membros da sua família?
  7. De quais planos você teve que desistir nos últimos dois anos?
  8. De que maneira você é uma pessoa difícil de conviver?
  9. Você vive mais no passado ou no futuro?
  10. Ultimamente, o que está te inspirando?

Na The School of Life, acreditamos que conversas interessantes nos capacitam na arte da compreensão humana, nos guiam como luminárias dentro dos corredores escuros de nossas mentes. São aquelas em que podemos revelar ideias ou emoções que normalmente estão escondidas em nós por medo dos julgamentos. São conexões em que podemos usufruir do apoio do outro para corrigir nossa tendência ao vazio mental e às distrações. É, também, durante uma boa conversa que temos a oportunidade de afiar nossos pensamentos, completar nossas análises e validar pontos de vista.

É claro que você não tem obrigação de transbordar felicidade e simpatia durante as festas de Final de Ano e nem ingressar em qualquer bate-papo. Mas você pode se permitir ter mais coragem na conexão com o outro. Aproveite o momento para exercitar suas melhores capacidades humanas, com cuidado, compreensão, compaixão, criatividade e empatia. É, basicamente, se dispor a fazer o trabalho de um bom editor, que tem o poder de transformar escritores promissores em grandes vozes.

Arriscamos dizer que é quase impossível ficar entediado durante uma conversa com alguém que sinceramente se revela e te permite fazer o mesmo. Afinal, como disse Rubem Alves, “comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto”.

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