Bondage: conheça a prática e saiba como pode incrementar o sexo
Sexóloga dá dicas de segurança e de como tratar do assunto com o parceiro
Algemas, lenços, cordas e outras ferramentas de amarração fazem parte do universo da bondage. A prática consiste em restringir o movimento, durante o sexo, usando objetos como esses citados, com a finalidade de aumentar o prazer entre os envolvidos. Apesar de parecer simples adentrar neste mundo, para tal, é preciso se atentar a algumas regras.
Primeiramente, claro, há o consentimento, como pontua a sexóloga Lelah Monteiro. “Sempre que falamos em BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo), como fetiche, é muito importante que haja consensualidade, segurança. É uma prática para fins eróticos, ter prazer”, disse. “É importante não confundir [bondage] com Shibari, que é uma amarração artística”.
Segundo Lelah, bondage é muito conhecida pela amarração das mãos principalmente e cita, como exemplo, uma das cenas do filme Cinquenta Tons de Cinza, baseado em obra literária de mesmo nome, em que o personagem Christian Grey apresenta o mundo da BDSM para a protagonista Anastasia Steele. “No filme, aparece amarração das mãos e afastamento das pernas, com restrição, onde quem fica amarrado é o submisso e quem pratica é o dominador”, disse.
Ela cita ainda a possibilidade de incluir, no ato, venda nos olhos, coleiras, fitas adesivas e mordaças. Lelah também pontua que há diferença entre bondage e sadomasoquismo, prática também parte da BDSM, mas com artifícios que causam dor. Já bondage está mais conectada à restrição de movimentos.
Durante o sexo com amarração, vale usar brinquedos sexuais, como dildos e vibradores, e incluir música ou falas sensuais. O sexo oral também é um bom incremento. “É importante que quem esteja com a restrição, tenha prazer com esses outros estímulos”, disse a sexóloga.
Ponto fundamental ao discutir bondage é o cuidado com a segurança dos envolvidos, como o uso de palavras secretas, códigos, que, quando pronunciados, encerram completamente a prática. “A pessoa [com restrição de movimento] não pode ficar sozinha, é preciso ter uma comunicação segura. Se tiver restrição na boca, não puder falar, [definir antes] como ela acena com a cabeça”, disse “Precisa ter um código de segurança”.
A sexóloga também desaconselha uso de drogas e álcool, e reforça a importância em incluir objetos seguros. Se optar por usar algemas, por exemplo, deixe as chaves próximas. Se usar cordas ou lenços, tenha algo para cortá-los rapidamente, se necessário.
Para quem ainda tem receio em discutir com o parceiro sobre a prática, a Lelah aconselha o compartilhamento de filmes, reportagens, textos sobre o assunto, como forma de mostrar o interesse. Vale ainda buscar fóruns especializados na internet. “Abra o coração, não se julgue, fale que está com vontade, que leu, ouviu, [pergunte]o que o outro acha sem julgamento, com informação e clareza do que se quer”.