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Faça do seu filho uma pessoa melhor para o resto da vida

Seu filho pode não gostar a princípio, mas as ideias desta reportagem são valiosas para fazer dele uma pessoa melhor para o resto da vida

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 27 out 2016, 21h09 - Publicado em 21 nov 2012, 22h00

 

O exemplo sempre foi a base da educação, mas, em tempos de politicamente correto, com tantos discursos vazios, tornou-se ainda mais valioso
Foto: Getty Images

Civilização começa em casa. Da arrumação da cama a valores básicos, como verdade e responsabilidade, o núcleo duro da educação segue estável, mas o século 21 trouxe novos códigos e desafios para pais empenhados em criar filhos equilibrados. Há verdadeiros presentes que você pode entregar (mesmo que as crianças não enxerguem dessa forma no primeiro momento e se sintam frustradas) com a certeza de estar cumprindo seu papel de educar.

Para criar esse “pacote” pedagógico funcional, ouvimos pais e três feras: Ceres Araújo, psicóloga especializada em crianças e adolescentes e professora de pós-graduação em psicologia na PUC-SP; Silvia Viegas, educadora, coordenadora do ensino fundamental na Es­cola Viva, em São Paulo; e a consultora financeira Elaine Toledo, de São Paulo.

1. Facebook só depois dos 13

A idade mínima exigida pelo regulamento do Facebook é 13 anos, e a empresa recomenda que até os 18 anos o perfil seja fechado ao público. Para a psicóloga Ceres Araújo, é importante tentar cumprir a regra. Hoje, as crianças em geral mentem a idade para registrar o perfil – mas Ceres diz que os pais não devem compactuar com a mentira. Aliás, o impasse que as redes colocam para todos nós é exatamente este: a mentira e a criação de falsas identidades. “Criança não deve entrar. Se ela quiser estrear aos 13, sua atividade na rede precisará ser monitorada até a maioridade”, opina. “E os pais têm direito de conhecer a senha dos filhos enquanto eles forem menores de 18 anos.” O conselho da psicóloga: desde o início, combine com o adolescente que de vez em quando o pai ou a mãe entrarão no mural dele. Faça isso com ele por perto, pois monitorar não é invadir. Explique os motivos da atitude alertando sobre questões de segurança e privacidade na rede e o risco da aproximação de pessoas com identidades falsas. Peça que conte quando surgir qualquer contato que cause estranheza.

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2. Regule o uso de Celular

Mais importante do que fixar regras é mostrar o sentido de liberar ou proibir em certos momentos, acredita a educadora Silvia Viegas. Na escola onde ela trabalha, funciona assim: os adolescentes do ensino médio podem portar celular, mas devem desligá-lo em sala de aula. Já no ensino fundamental, é simplesmente proibido. Se o aluno insistir, o aparelho será recolhido e devolvido ao responsável. “No horário escolar, os pais sabem que a criança está lá. Proibimos quando percebemos que muitas crianças não interagiam mais, ficavam no seu canto, entretidas com fotos e joguinhos. A escola deve estimular o convívio e as trocas pessoais”, afirma Silvia. Na opinião dela, o papel dos adultos é mostrar que as escolhas dependem de reflexão e acordos. “Nossa orientação aos pais é que expliquem às crianças os motivos da compra e as condições de uso – seja de celular, de computador, seja de tablet etc. Isso os ajudará a perceber qual é a melhor hora para oferecer um aparelho ao filho.”

3. Delegue tarefas em casa

Guardar os brinquedos, fazer a própria cama, ajudar a pôr e tirar a mesa das refeições, enrolar os brigadeiros da festa… São muitas as possibilidades de uma criança pequena participar das atividades da casa. Com a idade, as tarefas podem ficar mais complexas. “É possível ensinar tudo de um jeito lúdico e criativo”, sugere Ceres Araújo, para quem a prática desenvolve a autonomia e combate o egoísmo. “A criança percebe que ela tem um papel, que aquilo que faz pode beneficiar a todos. Isso é valioso para o presente e o futuro, mas geralmente as mães brasileiras poupam os filhos.” Aqui, o hábito de contratar empregadas domésticas dificultou ou adiou a colaboração dos pequenos em casa. Mas essa é uma tendência em declínio, e o estímulo das competências tende a crescer. Cabe aos pais educar os pequenos para desenvolver essa inteligência do­més­tica.

4. Estimule a cultura

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Mais do que simples entretenimento, as viagens e os passeios ao cinema ou ao museu ampliam o relacionamento com pessoas diferentes e o hábito da reflexão. “O contato com outras culturas oferece novos modos de ler o mundo”, diz a educadora Silvia Viegas. Cada família pode adaptar a vida cultural ao seu orçamento. Ouvir música e ver um bom vídeo em família são também bons programas.

5. Dê mesada a partir dos 7

É importante que a criança já conheça as notas e moedas e saiba fazer contas simples. Na faixa de 6 a 7 anos, ela já tem essas noções e, com acompanhamento de adultos, será capaz de desenvolver a capacidade de controlar a mesada. “O grande benefício – e também o maior desafio – é fazer escolhas com uma quantia limitada de dinheiro”, acredita a consultora financeira Elaine Toledo, autora de Saiba Mais para Gastar Menos (Alaúde). Para ela, educação financeira nada mais é do que ensinar a pensar, com foco na economia. A mesada pode ajudar a criança a conter impulsos e assimilar o que significa adiar uma compra, poupar, avaliar o custo de um objeto de desejo e os benefícios (e prejuízos) das opções que faz. O valor, porém, é relativo e deve acompanhar os hábitos e os acordos de cada família. “Se é para a criança comprar lanche na escola ou para um sorvete nos fins de semana, a quantia, claro, vai depender dos lugares que ela frequenta.” No cálculo, considere que a mesada só será educativa se exigir administração e reflexão sobre os gastos – se for alta demais, perde a função pedagógica.

6. Menos papo, mais exemplo

O exemplo sempre foi a base da educação, mas, em tempos de politicamente correto, com tantos discursos vazios, tornou-se ainda mais valioso. “Não adianta a mãe dizer que é importante respeitar as pessoas se a criança a vê destratando funcionários”, explica Silvia Viegas. Adolescentes estão muito atentos a isso e se ressentem da incoerência dos adultos que falam uma coisa e fazem outra. Esse item do pacote pedagógico obriga os pais a questionar seus valores. De que vale enaltecer a verdade e depois pedir à criança para dizer ao telefone que você não está em casa? Só o adulto que souber honrar a palavra terá como ensinar isso aos seus filhos.

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