Vai mudar de carreira em 2024? Como fazer a transição sem riscos
Saiba como se planejar em várias áreas para começar o ano com novos horizontes
O começo de um novo ano, normalmente, nos dá um gás para algumas transformações que estamos adiando há algum tempo. Agora, e se essa transformação for relacionada com o seu futuro profissional? O planejamento precisa estar presente, assim como algumas reflexões sobre autovalorização e propósito de vida. Aqui, descobrimos juntas como mudar de carreira em 2024 sem tantos riscos.
Foi o que aconteceu com Andréa Ngan, que passou cerca de 18 anos se dedicando à comunicação, após se formar em relações públicas. “Depois de passar por tantas áreas, como lifestyle, beleza, comunicação corporativa, meio que fiquei sem uma novidade. Nos últimos anos, passei a me questionar, ver o volume de trabalho, a saúde mental, meus objetivos de vida, além do propósito que já não estava batendo com a realidade que estava vivendo. Basicamente, com muito tempo de estrada, a gente passa a sempre saber o destino final”, relembra ela.
Após procurar fazer um seguro de vida, Andréa conheceu sua parceira de negócios e viu naquela “contratação” um caminho alternativo.
“Ao meu redor, vi muitas pessoas morrendo de doenças, como o câncer, e que poderiam ter tido um final mais tranquilo. Então, quando conheci a seguradora, vi que poderia ajudar mais pessoas e estar mais perto delas. Mas não pense que foi uma decisão do nada”, relembra ela.
Mudar de carreira: frio na barriga e muito planejamento
Na cabeça de Andréa, uma mudança tão brusca na carreira só ‘poderia ser feita com 20 e poucos anos’. “Eu, com 36, não me via fazendo esse movimento. Porém, a coragem foi crescendo, conforme fui vendo os pontos que queria transformar. Tive muitas dúvidas antes de transicionar. Baita frio na barriga! O que mais me motivou foi pensar que uma decisão que você toma quando jovem, como a sua profissão, não te define para sempre. Nós precisamos nos valorizar ainda mais e essa ação não deixa de ser um processo de reflexão sobre quem você é agora, como você quer ser visto daqui um tempo…”, reflete Andréa, que, agora, é Corretora Franqueada Life Planner da Prudential.
No entanto, o planejamento financeiro é, de fato, um grande aliado na hora de pisar em outros campos profissionais.
Conforme José Antonio Silvestre Curti Junior, gestor financeiro e especialista em modelos matemáticos de concessão de crédito e fraudes, alguns cálculos precisam ser feitos, para mensurar qual a estrutura você tem agora e qual o cenário que terá que enfrentar.
“É imprescindível entender qual o seu custo fixo como pessoa física. Aluguel, conta de celular, carro, impostos, convênio, até a ajuda fixa que dá para alguém. Tudo na ponta do lápis. Depois, você soma com os custos desse novo emprego ou empreendimento, como, por exemplo, ônibus a mais para o trabalho, cursos; ou a folha de pagamento, ativo fixo, e tal. Com essas informações em mãos, você chega ao quanto você precisa para se manter e ser sustentável durante a transição”, pontua José Antonio.
Andréa fez um processo parecido com o indicado pelo especialista conhecendo o modelo de negócios, avaliando suas reservas e fazendo os processos e treinamentos da seguradora.
“Hoje, sou uma franqueada deles, mas estudei para ter minha certificação da SUSEP, que demanda um tempo. Por isso, fui fazendo tudo de forma gradual e sempre consciente dos meus passos. Não tenho mais aquela garantia do CLT /PJ e acho que até trabalho mais do que antes. Porém, eu me encontrei e tenho uma relação muito mais próxima da vida das pessoas”, reflete Andréa, que indica conversar com especialistas da área que você quer transicionar, além de ter apoio familiar e dos amigos.
Conhecendo os riscos e descobrindo quanto guardar
José Antonio aponta para um pequeno cálculo, que ajuda a prevenir quebras e ter um processo bem sustentável, cujo caminho seja saudável, tanto financeiramente, quanto mentalmente.
“Com a soma dos custos de PF e PJ, diríamos assim, você avalia o risco da mudança, pressupondo se vai ser mais fácil ou difícil chegar no valor final. Assim, você tem uma graduação de risco, que vai do baixíssimo, baixo, médio e alto”, fala o especialista.
Por exemplo, se suas contas fixas somam 5 mil reais e a abertura da sua empresa custará 10 mil mensais, o valor final será de 15 mil.
Avaliando o risco, se for muito fácil fazer esse dinheiro entrar, ele é baixíssimo. Quanto mais desafiador for conquistar o valor final, maior o risco.
“Com essa avaliação, você consegue ter uma perspectiva de quanto precisa ter de reserva. Se o risco for baixíssimo, você guarda 3 vezes o valor final. Usando o valor de 15 mil, o montante será de 45 mil para 3 meses. Se o risco for baixo, você precisa ter seis vezes. Já os riscos médio e alto, o ideal é ter guardado 8 e 12 vezes, respectivamente”, explica José Antonio.
Com essas práticas e análises, o planejamento fica mais consciente, ou seja, você consegue ter uma visão mais geral de quais serão os desafios e, consequentemente, tende a evitar tropeços e até quebras. Afinal, todo mundo merece correr atrás do que sonha, né?