Pra quem entrou no avião achando que
não sobreviveria, voltar pra casa com a
Valentina nos braços foi uma benção
Foto: Divulgação
Às 5 horas da manhã do dia 7 de novembro de 2007 comecei a sentir fortes dores abdominais. Estava com o intestino preso havia oito dias e achei que fossem cólicas intestinais. Seis meses antes, em maio, eu tinha sido submetida a uma cirurgia de redução de estômago, porque estava pesando 119 quilos para 1,76 m de altura. Na minha cabeça estava tudo relacionado, ainda mais porque a minha barriga estava dura.
Pedi à minha mãe que ligasse para o médico da família, o dr. Eduardo. Ela explicou os sintomas e o doutor me passou dois remédios, um para ir ao banheiro e o outro para a dor. Mas não adiantou nada. As dores só aumentavam. Então, às 10h da manhã, minha mãe me levou ao hospital. Lá tomei duas injeções para dor e nada de ela passar. Os médicos que me atenderam resolveram me internar.
Fui levada às pressas pra Belém
Fiquei no hospital por mais duas horas e nada diminuía a dor. Os médicos pediram um raio-x, mas só viram uma bola na minha barriga. Ninguém sabia o que era. Acharam que o jeito seria me levar às pressas pra Belém para ver o cirurgião que havia feito a redução.
Então, eu, minha mãe, meu pai e minha irmã seguimos para o aeroporto para pegar o primeiro vôo. Dr. Eduardo nos acompanhou. O avião saiu às 15h15 e, 20 minutos depois, senti uma dor lancinante. Era como se algo tivesse se rasgado dentro de mim.