Médica jovem e negra é impedida de ajudar passageiro doente em voo nos EUA
Os comissários não acreditaram na Dra. Tamika Cross. "Posso ver sua documentação? Que tipo de médica você é? Onde você trabalha? Por que você estava em Detroit?".

Sabe aquelas cenas de filme em que, quando uma pessoa passa mal, alguém desesperado grita: “alguém aqui é médico?”. Elas costumam acontecer em restaurantes, ou, então, em aviões.
No último fim de semana, aconteceu exatamente isso em um voo da companhia norte-americana Delta.
Felizmente, havia uma médica a bordo: Tamika Cross.
Infelizmente, porém, havia também muitas pessoas preconceituosas por lá – que não permitiram que a jovem ajudasse um passageiro doente.
Em relato que viralizou nas redes sociais, a jovem conta que sua primeira tentativa de ajudar o homem foi recebida com a alegação de que ele estava “bem”, proferida por uma das aeromoças. Mais adiante, porém, diante de todos os passageiros os atendentes pediram pela ajuda um médico.
“Eu levantei a minha mão para chamar a atenção deles. Ela me olhou novamente e disse ‘ah não, querida, abaixe sua mão, nós estamos realmente procurando por médicos ou enfermeiros ou algum tipo de profissional da área médica. Não temos tempo para falar com você, agora’. Eu tentei informá-la de que era médica, mas fui constantemente interrompida“, conta Tamika.
Quando entenderam que ela era médica, os atendentes começaram a pedir por sua documentação, por sua especialidade médica, por seu local de trabalho, pelos motivos pelos quais ela estava em Detroit (a cidade de onde o voo saíra).
Enquanto isso, o homem continuava precisando de ajuda – e um homem (branco, diga-se de passagem) se levantou e ofereceu ajuda.
“Eles me olharam e disseram: ‘obrigado pela ajuda, mas ele pode nos ajudar, ele tem documentação’. Mas ele não tinha mostrado nada aos atendentes. Ele só se levantou e se encaixou na ‘descrição padrão de um médico’“, relata Tamika.
No fim das contas, segundo o relato de Tamika, o paciente ficou bem. Antes disso, porém, um pouco de sua ajuda foi necessária – e, diante disso, os comissários lhe pediram muitas desculpas pelo tratamento inicial.
“Eles me ofereceram milhas. Educadamente, eu recusei”, relata a jovem. “Eu não quero milhas em troca de uma discriminação ruidosa. Pode ser que isso tenha sido um preconceito de raça, de idade ou de gênero – não importa, porque não está certo. Eles não vão se safar depois dessa. E eu ainda vou receber minhas milhas”.
A companhia aérea alega estar atualmente completando uma “investigação completa do caso”.