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É comum encontrar mulheres que cuidam do filho sem contar com o pai da criança, seja porque decidiram partir para uma produção independente, seja porque o parceiro deu no pé ou faleceu. Não estamos falando de casais separados, mas de casos em que a figura paterna realmente não existe. Mesmo que ser mãe sozinha tenha sido uma opção, é natural que a mulher enfrente situações em que a presença do pai faça falta, explica a psicoterapeuta Célia Lima. Veja como superar os principais desafios num caso como esse. Você vai ver que uma mãe pode, sim, dar conta desse recado.
As principais dificuldades e como vencê-las
“Não tenho com quem dividir as tarefas.”
Essa talvez seja a maior dificuldade de quem cria um filho sozinha, principalmente nos primeiros anos de vida do bebê. Uma criança exige cuidado constante. Em algumas fases, não dá tempo nem de tomar banho sossegada. Nessas horas, a ajuda de seus pais, parentes e amigos próximos é fundamental. Não tenha vergonha de pedir uma mãozinha.
“Fico o tempo todo dando explicações.”
É praticamente impossível escapar da pergunta onde está o pai do seu filho, ainda mais em festinhas ou reuniões escolares. O ideal é tratar o assunto com naturalidade e não esconder a verdade, seja do próprio filho, seja de quem perguntar. Mostre segurança ao responder às questões.
“É difícil enfrentar algumas barras.”
Filho doente ou com problemas sérios na escola deixa qualquer um estressado. Se não há com quem dividir as preocupações, isso é ainda pior. Contar com o apoio dos professores da criança e de um pediatra de confiança é fundamental nesses momentos. Não tenha receio de pedir orientações e dividir suas angústias com esses profissionais.
“Não consigo colocar limites.”
Essa dificuldade é comum. Algumas mulheres sentem culpa pela situação e não têm coragem de falar mais duro quando é necessário. Encher a criança de mimos e deixar que faça tudo o que quer não vai preencher a falta que ela sente de um pai.
“Sinto falta de apoio na hora das discussões.”
À medida que o filho cresce e se aproxima da adolescência, aumentam os questionamentos e as discussões dentro de casa. Busque orientação de pessoas mais experientes, como sua irmã mais velha que já passou por essa fase. Se a situação for muito delicada, a melhor opção é procurar um terapeuta familiar.
“Por que eu não conheço meu pai?”
É natural a criança querer saber o porquê da ausência paterna. A verdade é sempre uma. Não tente inventar histórias. Isso pode gerar contradições e quebrar a confiança entre você e seu filho, alerta Célia. Seja franca e direta na hora de falar:
· Se o seu parceiro morreu, fale como aconteceu, se ele ficou doente ou se foi um acidente. É bom ter histórias para contar e fotos para mostrar. Se tiver retratos do pai com a criança, coloque num local de destaque, orienta a profissional.
· Se não sabe quem é o pai, procure explicar que você teve um envolvimento com uma pessoa que não encontra mais, engravidou, decidiu ter a criança e amá-la.
· O ex foi embora e nunca mais procurou a família? Conte o que aconteceu. Tome cuidado para não transformar o pai num monstro nem se fazer de vítima,orienta Célia. Deixe claro que a decisão de partir tomada pelo pai não teve nada a ver com o nascimento da criança.