Tocofobia: entenda o que está por trás do medo de engravidar
Medo irreal de tudo o que envolve a gravidez afeta mulheres
A tocofobia se caracteriza pelo medo intenso e, muitas vezes, irracional da gravidez e do parto. Apesar do receio em dar à luz ser algo comum, o transtorno impacta a qualidade de vida e a saúde da mulher.
Os sintomas de tocofobia são: palpitações, sudorese, falta de ar, náuseas, tontura, tremores e crises de pânico. Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicamentos, pois o alto nível de estresse eleva o sofrimento emocional e aumenta, portanto, o risco de depressão e ansiedade.
Larissa Fonseca, psicóloga e especialista clínica em ansiedade, comenta sobre: “O medo pode se manifestar através de uma ansiedade extrema diante da ideia de gestação, acompanhada de problemas digestivos, dores de cabeça, insônia e a fuga de assuntos relacionados à maternidade”.
Os primeiros sintomas
Na gravidez, a tocofobia está relacionada ao medo de complicações no parto, como a perda do bebê. De modo geral, experiências pessoais ou com familiares próximos, como abuso sexual, aborto, baixa autoestima, problemas no relacionamento, violência obstétrica, falta de educação sexual e traumas são as principais causas do transtorno.
De acordo com Rosângela Casseano, psicóloga da PsicoPass, as causas também incluem “medos associados à dor, complicações médicas, e influências culturais que promovem uma visão negativa do parto”. Nesse sentido, a tocofobia pode “intensificar a expectativa de dor, levando a uma percepção mais negativa e ansiosa sobre a experiência do parto”, complementa.
Impactos do transtorno
A pesquisa excessiva sobre formas de evitar a gravidez leva à desinformação. Comprimido anticoncepcional e implantes (DIU e implante anticoncepcional) são divulgados como ineficazes nas redes sociais.
A mulher, por consequência – em casos extremos –, acaba evitando relacionamentos ou atividades sexuais. Algumas delas utilizam a pílula do dia seguinte de forma desproporcional, mesmo com os métodos contraceptivos.
Rosângela informa: “O transtorno pode resultar em complicações, como a escolha de uma cesariana desnecessária, podendo influenciar a conexão emocional da mulher com o bebê, especialmente se ela estiver ansiosa ou estressada durante e após o parto”.
O transtorno é classificado em dois tipos: primário, que ocorre em mulheres que nunca engravidaram e secundário, desenvolvido após a gravidez.
Segundo Larissa, mulheres com histórico familiar de transtornos de ansiedade ou depressão podem ter uma tendência maior a desenvolver fobias, incluindo a tocofobia. Isso ocorre devido à influência de fatores biológicos relacionados ao processamento do medo e da ansiedade.
Tocofobia: como tratar?
Faz-se necessário, portanto, maior educação sobre o tema e redes de apoio para as mulheres. Assim, cria-se um cenário de compartilhamento de experiências que possibilita suporte para lidar com os medos e ansiedades.
Além disso, a busca por informações confiáveis sobre o processo do parto pode auxiliar a reduzir a incerteza e o receio, bem como o acompanhamento psicológico proporciona um espaço seguro para expressar as preocupações.
A especialista em ansiedade finaliza: “O suporte emocional é fundamental para reduzir a ansiedade e promover um ambiente de segurança para a mulher. A preparação psicológica durante a gestação contribui para reduzir essas percepções, promovendo um parto mais positivo e menos traumático. Esse apoio auxilia no enfrentamento de medos e fortalece a confiança”.
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