Larissa Manoela: “Uma a cada quatro mulheres não tem acesso a absorventes”
No marco do Dia Internacional da Higiene Menstrual, atriz e cantora participou de roda de conversa sobre saúde íntima feminina e pobreza menstrual
Cerca de 300 meninas, adolescentes e mulheres se reuniram na manhã deste domingo na Escola Municipal Mário Marques, no Jardim Ângela, zona sul da capital paulista, para debater e se informar sobre saúde feminina, menstruação e pobreza menstrual, no marco do Dia Internacional da Higiene Menstrual, celebrado dia 28 de maio. A iniciativa, organizada pela farmacêutica Cimed & Co, em parceria com a Plan International e Grupo Dadivar, contou com uma conversa entre a atriz e cantora Larissa Manoela, a ginecologista Adriana Zani, a psicóloga Luciana Teles e Karla Felmanas, vice-presidente da Cimed.
Mesmo antes do evento, Larissa, que é uma das embaixadoras da campanha #EuSouMinhasEscolhas, da marca Dermafeme, usou as redes sociais para conscientizar seus seguidores sobre a pobreza menstrual: “Essa é a realidade de uma a cada quatro mulheres no Brasil, que não tem acesso a absorventes e itens de higiene básica para menstruar com dignidade”, alertou, referindo-se a dados de uma pesquisa realizada pelo clube Girl Up Nise da Silveira, da Fundação ONU (Organização das Nações Unidas). Falando especificamente da população feminina, a pobreza menstrual acomete 28% delas no país.
Na roda de conversa, a atriz e as especialistas falaram sobre a importância de quebrar todos os tabus que ainda envolvem a menstruação. “Eu menstruei pela primeira vez aos 12 anos e me sentia preparada, pois sempre tive muita abertura para falar sobre menstruação com meus pais e na escola, mas sei que, infelizmente, nem todo mundo tem essa abertura. E, por mais que ainda usemos expressões como ‘ficar mocinha’, precisamos aprender a falar de menstruação com todas as letras“, disse Larissa.
Ela, que sofre de endometriose, uma doença inflamatória autoimune que afeta o endométrio e provoca dores excessivas durante o ciclo menstrual, comentou ainda sobre a importância de fazer consultas ginecológicas rotineiras e cuidar da saúde íntima. “Quando a cólica te incomoda excessivamente e te impede de ir à escola e trabalhar, é preciso investigar e fazer acompanhamento com uma ginecologista. Desde meu primeiro ciclo, tinha um fluxo muito intenso, ficava muito indisposta, sentia dores a ponto de desmaiar. Quando fui fazer exames e acompanhamentos anuais, recebi o diagnóstico”, compartilhou.