Histórias reais: A comunicação e o apoio no câncer de mama
Helena Galante conversa com três mulheres que o câncer atravessou a vida na Casa Clã + MAMA
Falar sobre câncer de mama não é um tópico fácil, muitas pessoas não querem ouvir ou não conseguem entender a relevância da comunicação, e precisamos falar isso. O assunto foi o tema principal desta edição especial de Casa Clã, junto ao Projeto MAMA e Veja Saúde, que aconteceu ontem (31), último dia do Outubro Rosa. Em um dos talks, Helena Galante, diretora-chefe de CLAUDIA, Boa Forma e Bebê, fez a mediação de uma mesa redonda com histórias reais de mulheres que tiveram suas vidas atravessadas pelo câncer de mama.
Helena recebeu Ana Cortat, vice-presidente executiva da Agência Soko, fundadora da Hybrid Collab e ativista em causas raciais, de gênero e LGBTQIAPN+; Bruna Lauer palestrante e escritora, Fabiana Makdissi médica mastologista e líder do Centro de Referência da Mama do A.C.Camargo.
As três convidadas falaram sobre a importância da conscientização sobre a doença, que envolve prevenção, coletividade, espiritualidade (para quem aceitar um pouco de fé) e uma abordagem sensível do assunto.
Falar abertamente sobre câncer de mama é fundamental para que as mulheres e homens compreendam os riscos, sintomas e a importância da detecção precoce.
“A gente vai elaborando aos poucos e ganhando consciência, neste ano eu tenho percebido a importância da rede de apoio”, conta Bruna Lauer, que escreveu sobre sua experiência no livro Uma Oitava Acima.
“Com essa experiência eu consegui dar sentido para tudo, para perder o cabelo e falar: Eu não sou meu corpo, a minha essência continua comigo“, conta Bruna Lauer sobre o autoconhecimento ao longo dessa jornada.
Cada trajetória é única, e as três relatam que a relação com espiritualidade foi muito importante nesse período, de diferentes formas. Para Ana Cortat, esse lado foi ainda mais intenso. “Eu já fiz 4 peregrinações à Índia e, na última, que foi em janeiro, eu soube que ia ficar doente. Eu sei que isso é uma coisa difícil de as pessoas acreditarem, então assim sintam-se à vontade para não acreditar. Mas eu tive uma visão do câncer, eu soube do meu diagnóstico numa visão”, conta ela, que recebeu seu diagnóstico há 8 semanas.
A médica Fabiana Makdissi compartilha suas reflexões na obra Uma Sexta de Cada Vez, e durante o papo relata que sua experiência com mulheres que passaram por isso, sendo mastologista, a ajudaram durante esse processo. Mas nada se compara ao autoconhecimento que adquiriu quando chegou a sua vez.
“As mulheres têm uma tendência natural de cuidar de muita gente e eu sempre digo que é a primeira pessoa que elas precisam mais pensar em cuidar são elas mesmas, não é egoísmo”, conta. Ela também relata que agora consegue entender e ver beleza em toda a complexidade feminina.
Ao longo do papo, as convidadas e nossa diretora-geral, Helena Galante, refletem sobre como é importante falarmos sobre câncer, principalmente para mulheres jovens. Assim como exames de prevenção, a comunicação é um pilar crucial e é igualmente essencial abordar o tema com sensibilidade, reconhecendo a jornada física e emocional de cada um.