É possível dançar balé durante a gravidez?
Acredite, não só é possível praticar a dança, como ela pode trazer benefícios para a mãe e para o bebê. Veja as recomendações para as dançarinas.
O balé ajuda na resistência, na diminuição da dor e suaviza os efeitos colaterais da gravidez
Foto: Bridger / Thinkstock / Getty Images
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Benefícios do balé na gravidez
Um dos maiores benefícios, como afirma Deborah Klimke de Carvalho, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, de São Paulo, é que a mulher cria resistência física e psicológica e fortalece a região do períneo, fatores essenciais para um parto natural saudável e tranquilo. A médica também afirma que, como no balé as mulheres trabalham muito o abdômen, isso age na prevenção de problemas como incontinência urinária e prolapso uterino. A Cristina Oya acrescenta que a dança também ajuda bastante quem procura exercícios de alongamento e fortalecimento da coluna. Quando a mulher está envolvida em atividades físicas na gravidez, ela não sentirá dores na lombar, nem terá a sensação de peso excessivo. Mais um ponto muito positivo do balé, segundo Deborah Klimke de Carvalho, é a possibilidade de se conectar com seu bebê através da música. Quando estamos em uma aula de dança, esse é o nosso momento de se desligar do mundo e se unir com o nosso filho. A professora Cristina Oya também opina a respeito. De acordo com ela, a música clássica do balé é o maior presente que o bebê pode ter enquanto ainda está na barriga da mãe. Isso explica porque muitas crianças que nasceram de mães que não pararam de dançar na gravidez levaram a paixão pela dança e a música adiante e também se tornaram bailarinas e bailarinos.
Cuidados
É muito importante para mulheres que continuaram a fazer balé depois de grávidas terem um acompanhamento médico e de uma professora de dança. A professora Cristina Oya pede que suas alunas evitem saltos no ar. Feitos rapidamente, eles trazem um desconforto na barriga e podem causar até lesões nos joelhos na hora da queda acidental, afirma. Ela indica movimentos mais leves e mais dançados, que não causam tanto impacto, são mais seguros para as mães e os bebês. Mas, na verdade, é essencial ter a sua própria percepção do corpo. Se sentir incômodo ao fazer alguma atividade, é melhor diminuir as horas de treino ou parar. Já, se tudo está normal, pode continuar no ritmo que você sempre dançou, acrescenta Cristina.
Contra indicações
É recomendável continuar a fazer o balé na gravidez caso você já possua uma experiência. O seu corpo está habituado com os movimentos e por isso, não vai reagir de maneira diferente com dores ou câimbras, avisa professora de balé Cristina Oya. Não existe uma orientação específica sobre que mês de gravidez é mais indicado parar de dançar. A obstetra e ginecologista Deborah Klimke de Carvalho sugere treinar até o enquanto for confortável e prazeroso. Segundo ela, a gravidez é um momento de cuidar do corpo e do bebê. Não é recomendável fazer nada que exige força, alerta. As atividades que podem ser uma boa alternativa ao balé, para grávidas que não conseguem ficar paradas, são a yoga e hidroginástica. São prazerosas e não tão pesadas. Ajudam a se manter em forma e relaxar.
Experiência própria
A bailarina americana Mary Helen Bowers, fundadora do Ballet Beautiful, programa que permite que você faça aulas de balé online com a assistência de uma profissional, é o exemplo de que a barriga não impede a dança. Ela continuou praticando e dando aula até o nono mês de gravidez, incentivando outras mulheres a seguirem o mesmo caminho. A professora de balé, brasileira Cristina Oya também afirma que não tem nada de errado fazer balé até o oitavo mês de gravidez. Na verdade, dá pra fazer até o nono, mas, às vezes, fica um pouco complicado executar alguns movimentos específicos, por causa do tamanho da barriga, afirma.