Depois da cura, o cuidado continua: os desafios físicos e emocionais após o câncer de mama
Convidadas do Casa Clã Mama 2025 explicam como cuidar da saúde óssea e preservar a autonomia e qualidade de vida mesmo após enfrentar o câncer
O câncer de mama é o mais recorrente entre mulheres. Somente este ano, a estimativa é que surjam 74 mil novos casos, segundo o relatório mais recente do INCA (Instituto Nacional de Câncer).
Quando diagnosticado em fase inicial, cerca de 95% das pacientes alcançam a cura, mas isso não significa o término das dificuldades. Para muitas mulheres, o corpo continua pedindo atenção, principalmente em relação à energia, pele, ossos e saúde mental.
É justamente sobre esse depois que se aprofunda um dos painéis do Casa Clã Mama 2025. O encontro acontece na Casa Higienópolis, em São Paulo, no dia 3 de outubro. Os ingressos são gratuitos e abertos ao público. Confirme sua presença gratuitamente pelo Sympla. Confira aqui a programação completa.
No talk, a escritora Patrícia Vellenich, de O Lado Bom do Câncer, Carolina Martinez Bonaldi, da Amgen, e a Dra. Adriana Orcesi se reúnem para discutir tratamentos que promovem longevidade com melhor qualidade de vida, especialmente após episódios como o câncer de mama.
Em entrevista à CLAUDIA, as convidadas anteciparam um pouco da conversa sobre os cuidados com o corpo e a mente após o câncer de mama. Confira:
A osteoporose e o câncer
Do diagnóstico ao tratamento, cada etapa revela às mulheres com câncer uma visão mais profunda sobre a doença, a vida e até a morte. Quando a última hipótese deixa de ser uma ameaça, vem o alívio. Mas junto dele, o corpo também começa a dar sinais inesperados, sobretudo nos ossos.
Um dos efeitos colaterais mais relevantes após o câncer é a perda de massa óssea. O uso de terapias hormonais, quimioterapia e até a menopausa precoce induzida pelo tratamento pode acelerar esse processo, aumentando o risco de osteoporose e de fraturas mais graves.
“O tratamento pode trazer repercussões importantes para a saúde óssea, especialmente em função das terapias hormonais que reduzem os níveis de estrogênio, hormônio fundamental para a manutenção dos ossos”, explica Carolina.
E isso a ciência confirma. Um estudo norte-americano publicado na National Library of Medicine mostrou que mulheres sobreviventes de câncer de mama têm 68% mais risco de desenvolver osteoporose em comparação a mulheres sem câncer, principalmente as mais jovens, quando submetidas à quimioterapia ou terapia endócrina. Por isso, Adriana ressalta que a atenção aos ossos precisa ser prioridade desde cedo no plano de cuidado.
“Proteger a paciente contra a osteoporose não significa apenas evitar fraturas. Estamos falando de preservar a autonomia, a independência e até mesmo a autoestima e a mobilidade. A fragilidade óssea também pode aumentar o risco de progressão do câncer de mama, fazendo com que um estágio inicial, com ótimo prognóstico, evolua para uma doença avançada que exige cuidados paliativos”, diz a especialista.
O outro lado da moeda
Além das mudanças físicas, o pós-tratamento também traz desafios emocionais, é o que viveu a escritora Patrícia Vellenich. Poucos meses após o fim da quimioterapia, ela enfrentou complicações ósseas sérias na coluna, que exigiram cirurgia.
“Hoje meus cuidados são constantes: faço atividade física com cautela e tomo suplementos de cálcio e vitamina D para o resto da vida. Foi um momento difícil, mas consegui enfrentar porque já tinha passado pelo câncer”, conta. Mas se no corpo vieram grandes limitações, na vida pessoal a mudança foi ainda mais intensa.
“Quando achei que o câncer podia ser o pior na minha vida, enfrentei também um divórcio litigioso. Mas descobri que nada é por acaso. O câncer me mostrou que a vida é finita e que precisamos viver com mais leveza. Meu livro nasceu desse aprendizado: mostrar que sempre existe um lado bom, mesmo nas experiências mais difíceis”, explica.
Cuidados que acompanham a longevidade
As dores, sejam as que afligem o corpo ou a mente, são diversas. Por isso, olhar para os cuidados que promovem autonomia durante a longevidade é indispensável. Não é à toa que já existem medicamentos e terapias capazes de proteger a saúde óssea das mulheres em tratamento.
Mas se engana quem pensa que somente a parte medicinal basta. A prática regular de atividade física, a ingestão adequada de cálcio e vitaminas, além do acompanhamento médico especializado, são igualmente importantes.
“Quando a paciente entende que a saúde óssea faz parte do plano integral de cuidado, ela passa a se engajar mais nas decisões sobre sua saúde. Esse olhar integrado entre médicos e pacientes é o que permite não apenas superar o câncer, mas também viver melhor, com bem-estar e vitalidade”, diz Carolina.
Para Patrícia, a lição vai além do que a biologia pode explicar: “O tratamento não acaba quando termina. Após um período devastador como este, não somos mais as mesmas pessoas, somos muito melhores”, finaliza.
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