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Cigarros eletrônicos: um dos grandes problemas para a nova geração

Os cigarros eletrônicos podem colocar em risco anos de campanhas bem-sucedidas de combate ao fumo no país

Por Lorraine Moreira
13 set 2023, 09h23
Mulher fumando cigarro eletrônico
Cigarros eletrônicos causam graves problemas de saúde (Rushay Booysen/Pexels)
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Cigarro eletrônico, vape ou DEF: não importa o nome, provavelmente você já viu de perto a mais nova sensação do mercado ilegal. Ele surgiu como uma alternativa menos prejudicial à saúde do que o cigarro convencional, possibilitando que usuários antigos deixassem o fumo. Mas não se engane: o aparelho também vicia e causa danos ao seu corpo. O discurso enganoso, mantido até hoje, fez com que o uso fosse popularizado entre os jovens.

Cerca de 34,8% das pessoas acima de 18 anos fumavam no Brasil em 1989, de acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN). Nos últimos anos, porém, cresceu a taxa de usuários dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos. O relatório Covitel mostra que 1 a cada 5 jovens de 18 a 24 anos fuma o dispositivo.

Apesar da venda dos DEFs ser proibida no Brasil desde 2009, é muito fácil adquiri-los na internet, em festas e até nas bancas de jornais. “Adolescentes e novos adultos querem emoção”, segundo a médica Karen Rocha de Pauw, que acrescenta: “O vício pelo vape se assemelha ao uso de cigarros nos anos 1960, 1970 e 1980, quando o público dessa faixa etária achava descolado fumar, porque o cigarro era coisa de jovem e significava liberdade. Como a sociedade criou uma visão realística sobre os tradicionais, surgiram essa nova opção junto a um discurso que minimiza os efeitos dele.

“Os perigos são basicamente os mesmos dos cigarros tradicionais, como ficar viciado na nicotina e ter problemas devido a fumaça inalada. Cânceres de esôfago, traqueia, pulmão, boca e bexiga também são possibilidades”, segundo ela.

Homem fumando cigarro eletrônico
Jovens passaram a fumar mais cigarro eletrônico nos últimos tempos (Nathan Salt/Pexels)
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Outra questão é a falta de conhecimento sobre as substâncias ali contidas. “Não sabemos as substâncias que o cigarro eletrônico tem. É um problema pois impede que tenhamos a real compreensão sobre a problemática”, explica ela. A quantidade é outro desafio, especialmente porque esses aparelhos permitem 500, mil tragadas, podendo ser consumidos indiscriminadamente num período curtíssimo.

E quando o cigarro eletrônico não tem nicotina?

Os lançamentos são atualizados constantemente com a intenção de atrair novos consumidores, entre eles a versão dos cigarros eletrônicos sem nicotina, também proibidos no Brasil. A nicotina é a droga responsável por tornar o usuário de tabaco dependente, portanto muitos acreditam que, sem essa substância, o cigarro eletrônico poderia causar menos danos.

A Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), porém, alerta que muitos DEFs apresentam substâncias não rotuladas, até mesmo a nicotina. Uma rápida pesquisa virtual comprova o que a instituição diz: praticamente todos os locais não revelam as substâncias contidas nos dispositivos, tornando impossível saber a composição exata dos produtos consumidos.

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Tratamento do vício

Percebeu o vício? Contate um médico especialista que possa te oferecer as ferramentas necessárias para deixá-lo de lado. Existem serviços focados em parar de fumar, e o acompanhamento psicológico também faz diferença.

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