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Vapes podem matar? Pneumologista explica os verdadeiros riscos

Com sabores e aromas atraentes, os vaporizadores vêm ganhando fama de inofensivos. Será mesmo?

Por Kalel Adolfo
7 abr 2022, 09h39

Você já deve ter ouvido falar que os vapes são menos nocivos à saúde do que os cigarros convencionais. Em um primeiro momento, isso até parece verdade. Graças aos seus aromas e sabores agradáveis, acoplados à “leveza” do fumo”, os cigarros eletrônicos acabam parecendo inocentes. Contudo, o número crescente de mortes relacionadas a eles prova o contrário.

No início deste ano, a notícia de que um adolescente russo entrou em coma após fumar vaporizadores em excesso incendiou inúmeras discussões nas redes sociais. E, claro, também há o famoso caso do sertanejo Zé Neto, que, após abusar dos vapes, acabou sendo internado com “vidro no pulmão”.

Portanto, para entender os verdadeiros riscos do uso dos vaporizadores e se eles são menos — ou mais — nocivos do que os cigarros, Claudia entrevistou o pneumologista Arthur Feltrin, que também é especialista em longevidade saudável. Confira:

Vapes são menos perigosos do que cigarros?

Como você já deve imaginar, os vaporizadores não são menos perigosos do que os cigarros. Muito pelo contrário: eles possuem o mesmo potencial tóxico à saúde. “Com ou sem nicotina, os vapes causam danos graves aos pulmões e às vias aéreas, que podem chegar a ser irreversíveis. Não se engane pelo cheiro atraente do produto: ele continua possuindo substâncias cancerígenas e aditivos tóxicos”, alerta Arthur Feltrin.

Além disso, os cigarros eletrônicos possuem um diferencial catastrófico: eles permitem que o usuário dê mais tragadas em um curto período de tempo, de forma bem mais rápida do que o cigarro convencional: “A nicotina dos e-cigarros atinge o cérebro em um intervalo de 7 a 19 segundos após o fumo. Isso traz uma sensação de prazer instantânea que, a longo prazo, acaba impactando áreas do cérebro responsáveis por regular as emoções e memórias”, diz o pneumologista.

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Quais doenças podem ser provocadas pelos vapes?

Arthur afirma que os cigarros eletrônicos estão intimamente ligados aos crescentes casos de injúria pulmonar. “Suspeitamos que as toxinas presentes nos líquidos vaporizantes também estejam relacionadas a maiores riscos de desenvolver câncer de pulmão, estômago e esôfago”, pontua.

“Por conterem propilenoglicol e metais, eles também podem aumentar as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e dermatites“.

Vidro no pulmão

O foco de vidro no pulmão — também conhecido como “vidro fosco” — é uma lesão inflamatória que provoca sintomas clássicos como a falta de ar e tosse: “Essa é uma reação bastante natural dos órgãos ao sofrerem agressões causadas pelo uso excessivo dos vapes. Fora que, às vezes, a bateria do dispositivo pode explodir e queimar o pulmão, piorando o quadro”, esclarece.

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Perfurações pulmonares

Apesar de parecer exagero, as perfurações podem acontecer. Segundo o especialista, isso acontece porque o vapor dos cigarros eletrônicos acaba fortalecendo algumas bactérias naturais do sistema respiratório. Ao ficarem mais fortes, elas tornam as inflamações pulmonares mais intensas, fazendo com que o pulmão se encha de água. E claro, as consequências disso podem ser fatais.

Fumar pouco pode evitar os danos?

Agora, você pode estar se questionando: caso eu fume bem pouco, será que consigo escapar dos perigos? Para o pneumologista, a resposta é não. “Uma única tragada já é o suficiente para sofrer com os malefícios. As substâncias tóxicas presentes nos vapes trazem crises de tosse, falta de ar e dor de cabeça. Já as versões com nicotina podem induzir o refluxo ácido quase que instantaneamente, pois reduzem o revestimento protetor do estômago ao mesmo tempo em que aumentam a quantidade de ácido que o órgão produz”, sinaliza.

Sintomas de que está na hora de parar

Esteja atenta a alguns sinais que o seu corpo lhe dá, pois eles podem indicar que está na hora de parar. Segundo Arthur Feltrin, estes são os principais sintomas relacionados a doenças respiratórias causadas pela utilização dos vapes:

  • Tosse
  • Dor torácica
  • Dispneia
  • Dificuldade para respirar
  • Dor abdominal
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Febre
  • Calafrios
  • Perda de peso

“É importante ressaltar que os vaporizadores levam à morte quando há o diagnóstico de lesões agudas no pulmão, e mesmo assim, o paciente continua o uso do dispositivo”, conclui.

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