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Aos 43 anos, a atriz Maria Gal fala sobre decisão de congelar óvulos

Dr. Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra, explica quais são as recomendações para realizar o procedimento

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 fev 2020, 12h01 - Publicado em 4 nov 2019, 15h00
 (Pino Gomes/Reprodução)
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No Brasil, mais de 36 mil nascimentos no ano são resultados de tratamentos de fertilização. Esse dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018. Atualmente, há cerca de 166 serviços de reprodução assistida cadastrados na Anvisa, que fazem o trabalho de coleta de óvulos, inseminação do espermatozoide no óvulo e transferência do embrião para o útero.

Porém, esses passos da reprodução assistida não necessariamente são feitos de uma tacada só. Para as mulheres que querem esperar um tempo para se tornarem mãe, o congelamento de óvulos é uma das indicações recomendadas pelos médicos.

A atriz e produtora Maria Gal, que interpreta a Gleyce Soares, na novela Aventuras de Poliana, no SBT, cultiva o sonho de ser mãe desde sua infância. Ela recorreu a esse método por dois motivos recorrentes na vida das mulheres nos últimos tempos: estabilidade profissional e a busca por um parceiro ideal.

“Sempre tive uma preocupação com a estabilidade, até porque eu tive uma criação muito atenta a essa base. Além disso, tem a questão de encontrar uma pessoa, afinal, filho é pra vida inteira. Foram esses pontos que me fizeram pensar nisso agora, aos 45 do segundo tempo”, revela a atriz, que tem 43 anos atualmente.

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Maria Gal realizou o congelamento aos 42 anos. Segundo o Dr. Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra membro da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), a faixa etária impacta na saúde dos óvulos, que são cada vez mais expostos à poluição, radiação e medicação.

“Após os 37 anos, a qualidade dos óvulos começa a reduzir. Então, a mulher pode até produzi-los bastante, mas não necessariamente eles terão condições ideais para serem fecundados”, explica o médico.

No consultório, Dr. Geraldo explica às pacientes que o procedimento não garante uma gravidez, mas as chances chegam a 60%. O profissional também revela que 50 anos é a idade máxima aconselhável para utilizar os óvulos congelados, mas que cada situação deve ser analisada particularmente.

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No caso da Maria Gal, o apoio dos médicos foi fundamental para a decisão “Na primeira consulta, não tinha certeza absoluta, mas cultivava uma vontade. O médico me falou todos os prós e contras. Os profissionais foram muito responsáveis, me acolheram de verdade. Isso é importante como o profissional recebe essa mulher”, revela a atriz que encontrou a clínica por meio de uma amiga, que também fez o procedimento.

Ao ser questionada se em alguma situação sentiu uma cobrança para engravidar, Gal responde: “Sempre teve um pouquinho, afinal, vivemos em uma sociedade que prega certos padrões, mas o meu desejo é pessoal”, comenta a atriz, que também não descarta a possibilidade de adotar.

“O fato de fazer o congelamento, não quer dizer que eu vá usar. A ideia é ampliar as possibilidades. Muitas mulheres conseguem ser mãe após os 40 anos. Minha mãe inclusive me teve aos 43 anos”, explica Gal.

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Parceria

Uma família pode ser composta de diversas maneiras: mãe e filho, pai e filho, casais homossexuais ou heterossexuais com ou sem filhos, avós e netos, entre outras composições que são escolhas ou condições que a vida proporcionou.

No caso da Maria, ter alguém ao seu lado para compartilhar a experiência de ter um filho é uma escolha: “Estou em busca de um parceiro para que a gente possa construir uma família. Com um pai presente, um cara bacana”, diz a atriz que deseja oferecer ao filho condições semelhantes às que foram oferecidas pelos seus pais, tanto emocionais como materiais.

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Essa busca por um parceiro atravessa um ponto importante na vida de Gal: a questão racial. “O fato de não ter um companheiro tem uma relação com a solidão da mulher negra. Neste momento, trabalho arduamente para romper com isso. Se a gente olhar para a própria dramaturgia, a gente quase não vê a relação de afeto com família negra. Isso contribui até para um consciente coletivo”, comenta. “Mas, se eu fizer 50 anos e não acontecer, vamos continuar a vida bem”, finaliza a atriz.

 

Confira as situações em que congelamento de óvulos é recomendado

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– Aumentar a eficácia da fertilização in vitro; como alternativa ao congelamento de embriões, principalmente para casais com restrições éticas ou religiosas a esse método;

– Programa de doação compartilhada de óvulos;

– Preservação da fertilidade em mulheres com necessidade de cirurgia para retirada do ovário, radioterapia ou quimioterapia para tratamento de câncer que pode causar uma menopausa precoce;

– Postergação da maternidade.

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