4 dicas para reduzir a ansiedade em cachorros e gatos
Atitudes dos donos acabam intensificando a ansiedade em animais de estimação
Engana-se quem pensa que a ansiedade é uma dificuldade exclusiva dos seres humanos: infelizmente, os nossos queridos bichinhos de estimação também podem sofrer (e muito) com o transtorno. Normalmente, a condição aparece quando os pets sentem que algo ruim está para acontecer. Com isso, o medo ativa o sistema nervoso simpático (responsável pelas reações do organismo em situações adversas), fazendo com que os cães e gatos se comportem de maneira inusitada — o que quase nunca é compreendido pelos donos.
Portanto, pensando em formas de identificarmos a ansiedade em nossos companheiros, para que o tratamento seja mais efetivo, entrevistamos Patrícia Saraiva, comportamentalista animal do Hospital Amar Vet´s. Confira:
O que leva os bichos de estimação a desenvolverem ansiedade
De acordo com Patrícia, a ansiedade nos cães e gatos se origina de diversos fatores, contudo, há alguns motivos bastante recorrentes em sua clínica. “O mais frequente é a falta de socialização nos primeiros meses de vida”, pontua. Ao não levarmos os bichinhos para passear, conviver com outros pets ou frequentar parques e creches, eles tendem a ficar extremamente nervosos ao entrarem em contato com o mundo externo.
Aliás, este problema se tornou ainda mais habitual após a pandemia, quando muitos donos adotaram bichinhos de estimação, mas não podiam levá-los a espaços sociais.
A comportamentalista animal indica outras razões para tornar os bichinhos ansiosos: “Um dia a dia cercado por medo, humanização [tratar os pets como bebês ou crianças], hiperapego [não deixar os pets ficarem sozinhos em nenhum momento], solidão e falta de atividades adequadas para a espécie provocam o surgimento da ansiedade animal.”
Atitudes dos donos que agravam a ansiedade
Segundo Saraiva, os cães fazem parte de muitas famílias, já nomeadas como “famílias multiespécies”. Sendo assim, a convivência cada vez mais próxima conosco pode causar uma intensificação de sentimentos em ambos, além de uma humanização complexa, como já dito anteriormente.
“As pessoas passam a usar os sentimentos e características humanas para justificar as atitudes dos pets, acreditando muitas vezes que eles sentem e pensam exatamente como nós, tendo uma interpretação errada, criando expectativas e deixando, assim, de suprir as necessidades básicas da espécie”, alerta.
Sintomas de ansiedade em cães e gatos
Os sintomas de ansiedade nos bichinhos de estimação vão desde os mais clássicos, como estado de alerta constante e hiperatividade, até mesmo os mais inusitados, como lambedura excessiva, queda de pêlo, problemas digestivos, latidos exagerados, agressividade e até uivos. Inclusive, todas essas manifestações ansiosas tendem a ser potencializadas quando os animais ficam sozinhos.
Dicas para reduzir a ansiedade nos bichinhos
Antes de dar as dicas, Patrícia realiza um lembrete importante: “Cada caso deve ser tratado individualmente, investigando a origem do comportamento com um especialista. E claro, sempre devemos oferecer para os cães e gatos atividades ideais para eles”, ressalta. Agora, confira as estratégias para reduzir a ansiedade nos bichinhos:
1. Passeios
A profissional indica realizar passeios diários, variando os trajetos e permitindo que o pet fareje tudo o que ele quiser.
2. Rotina regrada
Patrícia aponta que cães e gatos gostam de previsibilidade, pois isso auxilia na redução do estresse e ansiedade. Portanto, crie uma rotina regrada para o seu bicho.
3. Atividades ideais
Ofereça brinquedos adequados e enriquecimento ambiental: “É essencial incentivar atividades ao longo do dia e estimular o animal a ficar brincando em momentos em que está sozinho.”
4. Procure ajuda profissional
Por fim, caso a ansiedade pareça não regredir, procure um profissional comportamentalista para um diagnóstico preciso (isto é, com os melhores manejos para o seu pet).