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Observatório 2030 traz dados sobre participação feminina nas empresas

Relatório da ONU mostra que mulheres estão mais presentes em cargos de liderança, mas porcentagem ainda é baixa

Por Adriana Marruffo
Atualizado em 26 fev 2024, 16h46 - Publicado em 26 fev 2024, 16h31
observatório 2030
Relatório da ONU mostra informações sobre presença feminina no espaço corporativo (Jopwell/Pexels)
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Os dados do Observatório 2030, uma iniciativa do Pacto Global da ONU, foram liberados com exclusividade para Claudia nesta segunda-feira (26), traçando um panorama da presença feminina no ambiente corporativo. Neste ano, o documento identificou uma estabilidade no percentual médio de mulheres no quadro de colaboradores e na Diretoria Executiva, o que ainda permanece baixo nos cargos de média liderança.

Um indicador em específico levanta preocupações: o percentual de colaboradoras negras no quadro das empresas. No primeiro cliclo de coleta de dados, apenas 15 das 87 empresas da amostra divulgaram a informação, contra 9 de 109 empresas analisadas neste segundo ciclo, uma queda de 40%.

Setores com maior e menor participação feminina

Entre os setores com maior participação feminina, o relatório destaca o de Saúde e Educação, que conta com uma média de 69,07% de mulheres entre os colaboradores. Ele, no entanto, é o que possui a menor representatividade quando o assunto é cargo de liderança.

Da última avaliação para cá, houve um aumento de 9,17% para 18,66% de mulheres em Conselhos de Administração – um número considerado baixo. 

Vale lembrar que a maior participação percentual de mulheres no setor está associada à natureza das tarefas, que foca sobretudo em cuidados e autocuidado, historicamente estipuladas como femininas.

Na contramão, o setor de Siderurgia e Mineração registrou o menor percentual de participação feminina, apesar de ter mostrado uma alta de 2,76 pontos percentuais, indicando que, apesar dos esforços feitos neste último ano, ainda há a necessidade de focar mais em diversidade e políticas de gênero. 

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Mulheres em cargos de liderança

O setor de TI e Telecom surpreendeu com o maior número de mulheres no Conselho (29,12%). Já o menor número se concentra no setor de Siderurgia e Mineração (8,77%), que também possui o menor percentual de mulheres em todo o quadro de pessoas colaboradoras.

O setor de Saúde e Educação, que em 2021 era o que possuía a menor representatividade feminina em cargos de liderança, atualmente ocupa a 6ª posição (dentre 11 setores), com 18,66% de mulheres no Conselho de Administração.

Quando considerados o topo do mercado de trabalho, ou seja, a presença de mulheres em cargos de Diretoria Executiva, o setor com maior percentual de mulheres é o de TI e Telecom (20,71%), com 5 empresas respondentes.

Vale ressaltar que, com exceção de Utilities e Siderurgia e Mineração, todos os setores possuem mais mulheres em cargos de Conselho de Administração do que na Diretoria Executiva.

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Remuneração das mulheres em relação aos homens

Sabemos que a remuneração de mulheres em relação aos homens ainda é um problema em todo o mundo, mesmo com o surgimento de leis que focam exatamente nessa disparidade. 

No Observatório, os setores de Consumo e Alimentos, Utilities, Bancos e Serviços Financeiros, Siderurgia e Mineração, Varejo e Indústria e Infraestrutura apresentaram o maior percentual de salário-base (ou seja, o menor salário para uma categoria) das mulheres em relação aos homens (100%), apontando que existe sim uma equidade de gênero nas empresas do setor.

Já o setor de Petróleo, Petroquímicos e Biocombustíveis registrou o menor percentual, com cerca de 90% das empresas pagando o mesmo para homens e mulheres.

Apesar do salário-base ser o mesmo, é importante ressaltar que a remuneração varia, e que existe uma necessidade de padronização na apresentação dos indicadores e esforços contínuos para garantir, de fato, uma igualdade salarial.

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Sobre o Observatório 2030

O Observatório 2030 é um iniciativa do Pacto Global da ONU – Rede Brasil lançada em 2021 para apoiar o setor empresarial com dados e evidências para fortalecer as ações empresariais rumo aos ODS e aumentar o grau de ambição das metas das empresas no Brasil. Com isso, o programa inclui o monitoramento de dados públicos empresariais relacionados à Agenda 2030. 

Os indicadores são de empresas com atuação no Brasil, agrupados em uma amostra que utiliza os seguintes critérios: (1) empresas listadas na Bolsa de Valores, (2) reportam nos padrões do Global Reporting Initiative (GRI), e (3) são participantes do Pacto Global. 

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