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Anielle Franco, Marina Silva e mais: conheça as ministras de Lula

O presidente eleito anunciou, nesta quinta-feira, os nomes de outros 12 ministros do futuro governo

Por Da redação
Atualizado em 29 dez 2022, 14h22 - Publicado em 22 dez 2022, 12h26

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou nesta quinta-feira os nomes de 12 ministros de seu futuro governo, entre eles, várias mulheres. A jornalista Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, vereadora carioca assassinada em 2018, será responsável pelo Ministério da Igualdade Racial. Nísia Trindade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), assumirá o Ministério da Saúde.

A economista Esther Dweck, que ocupou cargos estratégicos no governo de Dilma Roussef, ficará à frente do Ministério da Gestão. Já Luciana Santos, engenheira, vice-presidente de Pernambuco e presidente do PCdoB, assumirá o Ministério de Ciência e Tecnologia, enquanto Cida Gonçalves, especialista em gênero e violência contra a mulher, cuidará do Ministério da Mulher.

Lula já havia anunciado a cantora Margareth Menezes como ministra da Cultura, Fernando Haddad na Fazenda, Rui Costa na Casa Civil, Flávio Dino no Ministério da Justiça, José Múcio Monteiro na Defesa e Mauro Vieira nas Relações Exteriores. O presidente eleito comunicou que, nos próximos dias, ainda anunciará os nomes que serão responsáveis por outros 13 ministérios.

Já no dia 29 de dezembro, o presidente eleito anunciou os 16 nomes que ainda estavam pendentes, confirmando a entrada no governo de duas ex-presidenciáveis, Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento, e Marina Silva (Rede), que retorna ao Ministério do Meio Ambiente; e também a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, no Esporte.

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Com isso, Lula traz uma lista com 11 ministras e baterá recorde da gestão Dilma. Confira um pequeno perfil das mulheres anunciadas até agora que farão parte do futuro governo:

Anielle Franco – Ministra da Igualdade Racial

A jornalista, escritora e ativista pela igualdade racial e de gênero também é professora e atual diretora do Instituto Marielle Franco, que realiza atividades socioculturais para crianças carentes, e da Escola Marielles. Assim como sua irmã, Anielle Franco nasceu e cresceu na Favela da Maré, no Rio de Janeiro. Além da formação em jornalismo, ela é bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e colaborou na biografia de Angela Davis. Este ano, Anielle lançou seu primeiro livro Cartas para Marielle, em homenagem à vereadora assassinada em 2018. Ela integrou a equipe de transição do futuro governo Lula, no grupo que tratou sobre políticas de gênero e, após ser indicada pelo presidente eleito para o Ministério da Igualdade Racial, publicou nas redes sociais: “Importante ressaltar que não adentro a equipe de transição sozinha, chego com o legado de Marielle e com a trajetória das mulheres negras. Isso mostra que somos muito maiores que qualquer discurso de ódio, desinformação e violências.”

Nísia Trindade – Ministra da Saúde

A socióloga Nísia Trindade será a primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde. Ela também fez parte do grupo de transição governamental, no grupo técnico de Saúde, e é presidente da Fiocruz (também foi a primeira mulher a chegar ao cargo de liderança). onde coordenou as ações de combate à pandemia de Covid-19 e criou o Observatório Covid-19, iniciativa para monitorar e divulgar dados e notícias sobre a pandemia de coronavírus no Brasil. Nísia também colaborou nas negociações entre o Ministério da Saúde, a Universidade de Oxford (Reino Unido) e a farmacêutica Astrazeneca para a Fiocruz pudesse fabricar vacinas no país. Nísia ainda é membro de um consórcio internacional para pesquisa e combate do Zika vírus (Zika Alliance Network) e fez parte do grupo consultivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para implementar a Agenda 2030 de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. 

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Esther Dweck – Ministra da Gestão

Ligada ao PT, a doutora em Economia Esther Dweck já foi já foi assessora econômica e secretária de Orçamento Federal nos governos da presidente Dilma Rousseff. Agora, ela comandará o Ministério da Gestão (fruto da divisão do atual Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes), e a indicação de seu nome foi apoiada pelo Movimento Elas no Orçamento, iniciativa colaborativa e apartidária, criada por mulheres das áreas de planejamento, orçamento e finanças públicas para impulsionar a presença de profissionais como elas na política institucional. Formada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Esther é doutora em Economia da Indústria e Tecnologia pela mesma instituição, onde, desde 2009, é professora adjunta do Instituto de Economia.

Luciana Santos – Ministra de Ciência e Tecnologia

A futura ministra da Ciência e Tecnologia é vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB desde 2015, um dos partidos que apoiaram Lula e que farão parte de sua base de governo. Engenheira elétrica formada pela engenharia elétrica na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Luciana engajou-se na política através do movimento estudantil. Em 1994, ela foi deputada estadual suplente e assumiu a vaga dois anos depois. Reelegeu-se em 1998 e, em 2000, assumiu a prefeitura de Olinda, sendo reeleita em 2004, com 107 mil votos. De 2009 a 2010, foi secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, na gestão de Eduardo Campos (PSB), e deixou o cargo para eleger-se deputada federal, tendo dois mandatos: de 2011 a 2014 e de 2015 a 2018. 

Cida Gonçalves – Ministra das Mulheres

Futura ministra das Mulheres, Cida Gonçalves ocupou o cargo de secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nos governos anteriores de Lula e Dilma Roussef. Ela é consultora em políticas públicas para o enfrentamento da violência doméstica e  realiza workshops em prefeituras e governos estaduais. Historicamente ligada ao PT, concorreu pelo partido ao cargo de deputada constituinte em 1986, sendo a única mulher a disputar esse espaço. Em 1988 e 2000, também foi candidata à vereadora no Mato Grosso do Sul.

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Margareth MenezesMinistra da Cultura

Com uma prolífica carreira que inclui mais de 10 álbuns, quatro indicações ao Grammy e mais de 20 turnês internacionais ao logo de tês décadas—, a cantora baiana é também um dos maiores símbolos da potência da cultura afro-brasileira na música. Margareth também é conhecida por sua forte atuação em campanhas e projetos sociais. Em 2008, por exemplo, ela criou a (ONG) Associação Fábrica Cultural, que atua nos eixos de Cultura, Educação e Sustentabilidade e que, em 2014, passou a integrar o Mercado Iaô, em Salvador. A iniciativa impulsiona o trabalho de uma centena de artesãos e empreendedores criativos, promovendo música, gastronomia e artes visuais. Margareth é ainda embaixadora do Folclore e da Cultura Popular do Brasil pela IOV/UNESCO e umas das personalidades negras mais influentes do mundo. segundo a Mipad 100, da ONU, em 2021.

Simone Tebet – Ministra do Planejamento e Orçamento

Terceira colocada na eleição presidencial, Simone Tebet (MDB-MS) declarou apoio a Lula no segundo turno da disputa. A advogada, nascida em Três Lagoas (MS), é filha de Ramez Tebet, ex-governador, ex-senador sul-mato-grossense e ex-ministro da Integração Nacional. Tebet é mestre em Direito do Estado, professora universitária e filiada ao MDB desde a década de 1990. A nova ministra foi deputada estadual no Mato Grosso do Sul e se tornou em 2004 a primeira mulher a ser eleita prefeita de sua cidade natal. Quatro anos depois, foi reeleita para o cargo. Confira aqui uma entrevista exclusiva com Simone Tebet.

Marina Silva – Ministra do Meio Ambiente

A historiadora e professora natural de Rio Branco, foi vereadora de sua cidade natal, deputada estadual, senadora por dois mandatos e ministra do Meio Ambiente durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2008. Fundadora do Rede, seu atual partido, ela retorna à pasta 15 anos após deixar o cargo e o Partido dos Trabalhadores e concorrer três vezes à presidência.

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Ana Moser – Ministra do Esporte

Anunciada como Ministra do Esporte, Ana Moser é ex-jogadora de vôlei e integrou a equipe de transição do governo eleito. Natural de Blumenau (SC), a atleta brasileira atuou no voleibol por 15 anos, jogando na seleção brasileira e em clubes. Durante esse período, Ana foi medalhista olímpica e mundial. Em 2001, ela criou o Instituto Esporte e Educação, que tem como objetivo implementar a metodologia do esporte educacional em comunidades de baixa renda. Lula decidiu recriar o Ministério do Esporte, já que, durante o governo de Jair Bolsonaro, o tema ficou abrigado numa secretaria especial no Ministério da Cidadania.

Sônia Guajajara – Ministra dos Povos Indígenas

Eleita em São Paulo neste ano com 156.695 votos, a maranhense foi a primeira indígena a alcançar o posto de deputada federal no estado. O compromisso relatado em campanha era de somar o coro de parlamentares que atuam em defesa do meio ambiente e de comunidades indígenas.  Considerada uma das 100 pessoas mais influentes no mundo pela revista Time, é formada em letras e em enfermagem, especialista em educação especial pela Universidade Estadual do Maranhão e recebeu a Ordem do Mérito Cultural em 2015.

Daniela do Waguinho – Ministra do Turismo

A deputada federal reeleita Daniela do Waguinho (União-BA) foi o nome escolhido para assumir o Ministério do Turismo no governo Lula. Com 213.706 votos nas eleições de outubro, ela foi a candidata à Câmara dos Deputados mais votada do Rio de Janeiro. Nascida em Italva, no Rio de Janeiro, Daniela estreou na política em 2018, ao ser eleita deputada federal pelo Rio de Janeiro. Ela é casada há 23 anos com Waguinho (Wagner dos Santos Carneiro), prefeito de Belford Roxo, que coordenou a campanha eleitoral de Lula na Baixada Fluminense.

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Outros nomes

Entre os anúncios desta quinta-feira, também tiveram destaque os nomes do advogado Silvio Almeida para o Ministério dos Direitos Humanos e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, que ocupará o Ministério da Indústria e Comércio. Essa não é a primeira vez que um vice-presidente será também ministro: no primeiro governo de Lula, o então vice, José de Alencar, ficou responsável pelo Ministério da Defesa, e Michel Temer, vice de Dilma, chefiou a Secretaria de Relações Institucionais.

Lula escolheu o vice-presidente do PT, Márcio Macedo, para liderar a Secretaria-Geral de seu governo. Jorge Messias ocupará a Advocacia-Geral da União (AGU), e Vinícios Carvalho ficará na Controladoria-Geral da União (CGU). 

Confira a lista das ministras e ministros anunciados por Lula até agora:

  • Advocacia-Geral da União (AGU): Jorge Messias
  • Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Carlos Fávaro (PSD)
  • Casa Civil: Rui Costa (PT)
  • Cidades: Jader Filho (MDB)
  • Ciência e Tecnologia: Luciana Santos
  • Comunicações: Juscelino Filho (União Brasil)
  • Controladoria-Geral da União (CGU): Vinícius Carvalho
  • Cultura: Margareth Menezes
  • Desenvolvimento Agrário: Paulo Teixeira (PT)
  • Defesa: José Múcio Monteiro
  • Desenvolvimento Social: Wellington Dias (PT)
  • Direitos Humanos: Silvio Almeida
  • Educação: Camilo Santana (PT)
  • Esporte: Ana Moser
  • Fazenda: Fernando Haddad (PT)
  • Gabinete de Segurança Institucional: Marco Edson Gonçalves Dias
  • Gestão: Esther Dweck
  • Igualdade Racial: Anielle Franco
  • Indústria e Comércio: Geraldo Alckmin (PSB)
  • Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes (PDT)
  • Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino (PSB)
  • Meio Ambiente: Marina Silva (Rede)
  • Minas e Energia: Alexandre Silveira (PSD)
  • Mulheres: Cida Gonçalves
  • Pesca: André de Paula (PSD)
  • Planejamento e Orçamento: Simone Tebet (MDB)
  • Portos e Aeroportos: Márcio França (PSB)
  • Povos Indígenas: Sônia Guajajara (PSol)
  • Previdência Social: Carlos Lupi (PDT)
  • Relações Exteriores: Mauro Vieira
  • Relações Institucionais: Alexandre Padilha
  • Saúde: Nísia Trindade
  • Secretaria-Geral da República: Márcio Macêdo
  • Secretaria de Comunicação Social: Paulo Pimenta (PT)
  • Trabalho: Luiz Marinho
  • Transportes: Renan Filho (MDB)
  • Turismo: Daniela do Waguinho (União Brasil)
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