Após denúncia de assédio, Rogério Caboclo é suspenso da CBF até 2023
O ex-presidente da entidade é investigado por assédio sexual e moral contra três funcionários
Após as denúncias de assédio sexual e moral, Rogério Caboclo ficará suspenso da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) até março de 2023.
Unânime e inédita, a decisão da Assembleia Geral, composta por presidentes das 27 federações estaduais de futebol, foi definida nesta quarta-feira (29), garantindo que o dirigente continue longo do cargo, do qual se ausentou em junho deste ano.
Ainda há possibilidade de que o investigado retorne à Confederação em março de 2023 para exercer seu último mês de mandato. No entanto, Caboclo ainda tem acusações em análise na Comissão de Ética da CBF e no Ministério Público do Trabalho. Logo, as possibilidades de volta são quase nulas.
“As 27 federações estaduais tiveram acesso a todo o conteúdo do processo. Elas sempre puderam ter ciência do processo, quem tinha dúvida sobre como votar teve a convicção plena de que houve o crime de assédio. Federações e vice-presidentes estão juntos no combate veemente à discriminação e ao assédio. Qualquer tipo de violência tem que ser combatida, especialmente contra a mulher. A CBF neste momento, nesta decisão histórica, mostra que nesta casa isso não pode mais acontecer”, declarou Ednaldo Rodrigues, o novo presidente da entidade.
Relembre o caso
A suspensão de Rogério é referente à denúncia feita pela funcionária da CBF, que relata episódios de assédio sexual, moral e tentativa de coerção feitos pelo dirigente.
Em seu relato, a funcionária revelou que Caboclo tinha uma série de comportamentos abusivos e invasivos. Ele chegou a perguntar se a vítima se “masturbava” e oferecer um biscoito de cachorro, alegando que a mulher era uma “cadela”.
Após a divulgação do caso, outras duas denúncias também foram registradas na Comissão de Ética. Segundo um diretor da CBF, Rogério obrigou que o mesmo invadisse o computador da funcionária que fez a primeira denúncia. Para o Fantástico, a vítima já havia relatado o mesmo episódio. A terceira vítima denunciou o dirigente por assédio sexual e agressão.
Para o Ministério Público, uma quarta denuncia foi realizada por uma ex-funcionária da Confederação, que acusa Caboclo de assédio durante um voo de trabalho. O investigado não assume a autoria de nenhuma das denúncias.