Papa pede que ricos não tenham prioridade na vacina contra Covid-19
Em audiência, o Pontífice também afirmou que a vacina não deve ser propriedade de uma única nação, mas um bem universal
Como de costume, o Papa Francisco ministrou sua tradicional audiência geral nesta quarta-feira (18) em uma transmissão ao vivo direto da biblioteca do Vaticano e, mais uma vez, o assunto foi a pandemia do coronavírus. Desta vez, o assunto foi a acentuação das desigualdades pelo mundo.
“A pandemia acentuou a situação dos pobres e a grande desigualdade que reina no mundo”, declarou o Pontífice já no início da audiência. “E o vírus, sem excluir ninguém, encontrou grandes desigualdades e discriminações no seu caminho devastador. E aumentou-as!”
Apontando a necessidade de uma cura dupla, tanto para o vírus em si, quanto para as situações de disparidade, o Papa explicou que “partilhar com os pobres significa enriquecer-se uns aos outros” e que “se existem estruturas sociais doentes que lhes impedem de sonhar com o futuro, devemos trabalhar em conjunto para curá-las, para mudá-las”. Afinal, a opção preferencial pelos pobres está no centro do Evangelho, ele recordou.
Francisco fez então uma espécie de apelo indireto, afirmando que “seria triste se essa vacina contra a Covid-19 fosse dada a prioridade aos mais ricos! Seria triste se esta vacina se tornasse propriedade desta ou daquela nação e não universal para todos.” Disse ainda que seria um escândalo caso a assistência econômica que tem sido observada for destinada ao resgate de “indústrias que não contribuem para a inclusão dos excluídos”.
“A pandemia é uma crise e de uma crise não se sai iguais: ou saímos melhores ou saímos piores. Nós deveríamos sair melhores, para melhorar as injustiças sociais e a degradação ambiental. Hoje temos uma oportunidade de construir algo diferente”, completou.
Assista abaixo a audiência completa: