P. Diddy: entenda o caso do rapper investigado por tráfico sexual
Rapper americano está preso desde 17 de setembro e aguarda julgamento; teorias sobre o caso têm ganhando força na internet
O rapper e produtor Sean “Diddy” Combs está preso desde 17 de setembro, em Nova York, e aguarda julgamento por tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição. Ele se declarou inocente das acusações. Em nova denúncia, o rapper foi acusado de ter drogado e estuprado uma mulher em 2001, quando ela tinha 25 anos.
Ainda não há data para o julgamento, mas, caso seja considerado culpado das três acusações, ele pode ser condenado à prisão perpétua.
Entenda o caso de Sean “Diddy” Combs
Nascido em Nova York, Sean Combs, também conhecido como P. Diddy, é um poderoso magnata do setor musical, responsável por diversas transformações do hip hop e dono de uma empresa no setor de bebidas alcoólicas.
Ele chegou a ganhar o Grammy, colaborou na criação de artistas como Mariah Carey, Mary J Blige, Usher, Lil’ Kim, TLC e Boyz II Men e é amigo de pessoas influentes no meio artístico, como Ashton Kutcher, Beyoncé, Jay-Z, Naomi Campbell, Usher e Lil’ Kim. Essas relações aumentaram a visibilidade sobre o caso e, agora, são alvos de teorias da conspiração.
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As suspeitas sobre o rapper começaram quando sua ex-namorada, Cassandra Ventura, denunciou Combs de submetê-la por mais de uma década à coerção física e uso de drogas, além de um estupro em 2018.
Divulgado em maio, um vídeo de uma câmera de segurança em um hotel mostra o cantor agredindo fisicamente sua então namorada e arrastando-a pelo cabelo para o quarto do qual tentava fugir.
Um acordo fora dos tribunais resolveu o processo, mas uma série de denúncias de agressão sexual contra Combs continuaram a chegar, inclusive a de que ele teria estuprado uma adolescente de 17 anos junto de outros homens. Com as alegações e as provas colhidas recentemente pela polícia, o caso ganhou força.
As acusações dizem que Combs teria organizado festas com muito álcool e drogas em hotéis de luxo, que duravam dias. Chamadas de ‘freak-offs’, elas contavam com a presença de figuras poderosas do entretenimento no início dos anos 2000.
O governo americano descreveu esses eventos como “maratonas sexuais”. Segundo a acusação criminal, Combs costumava gravar esses encontros, ameaçando as participantes para que elas não o denunciassem. Ele “abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar suas ações”, afirma o texto.
Damian Williams, promotor do caso, declarou à imprensa que Combs desenvolveu um sistema baseado na “violência” para obrigar mulheres a ter “longas relações sexuais com garotos de programa”, quando estavam sob efeitos de drogas como ecstasy GHB e cetamina. Além disso, contou que o rapper gravava esses abusos.
“Quando não conseguia o que queria, era violento, (…) chutava e arrastava as vítimas, às vezes pelos cabelos”, explicou Williams.
Sean Combs diz ser inocente de tráfico sexual e conspiração e extorsão. A defesa do rapper afirmou que os encontros entre Combs e sua ex-namorada eram consensuais.
Nova acusação de estupro
A vítima contou que foi levada ao estúdio do magnata para uma reunião, de acordo com o documento apresentado em um tribunal de Nova York. Ela afirma que perdeu a consciência depois de beber um copo de vinho oferecido pelo rapper.
“Ela acordou e se viu nua e amarrada”, coloca a denúncia. Combs e Joseph Sherman “passaram a abusar dela brutalmente e a estuprá-la. Combs a estuprou sem piedade”.
Thalia Graves, que autorizou ter seu nome divulgado, permaneceu em silêncio sob ameaças por mais de duas décadas, mas recentemente descobriu a gravação daquele momento e que os agressores haviam “mostrado para vários homens”, segundo a agência.
“A dor interna após ser atacada sexualmente é incrivelmente profunda e difícil de traduzir em palavras”, disse Thalia nesta terça, em entrevista coletiva. “Deixa cicatrizes emocionais que nunca serão curadas por completo”, afirmou enquanto chorava.
Gloria Allred, advogada da vítima, aponta que o objetivo do processo é destruir e impedir a divulgação do suposto vídeo, além de uma indenização por danos físicos e emocionais.