Militar mantém a mulher e dois filhos como reféns
A briga teria acontecido por conta de uma suposta traição; o homem se rendeu após 14 horas de negociação
Um tenente-coronel do Exército, identificado como André Luiz, manteve sua mulher, a professora Luciana Arminda, 45 anos, e seus dois filhos gêmeos, de 11 anos, reféns desde as 20h da terça-feira (14). O caso aconteceu no edifício onde moram, na rua Cerqueira Daltro, em Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Após 14 horas de tensa negociação, o homem se entregou e foi levado à 29ª DP.
No local, estiveram presentes policiais militares, equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Ações com Cães (BAC), atiradores de elite e militares do Exército, além de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O prédio foi isolado para a negociação das vítimas. Durante a madrugada desta quarta-feira, uma psicóloga e uma major da PM também participaram da negociação.
Um vizinho afirmou ao jornal Extra que, horas antes da movimentação dos policiais no local, a mulher gritava por ajuda enquanto era agredida. “A situação aqui é muito tensa. Ele sacou uma arma e está ameaçando a mulher e os filhos”. Ainda segundo ele, o militar já teria histórico de brigas com a esposa e outros vizinhos já teriam o visto agredindo a mulher.
Outra testemunha contou que, depois de ouvirem os gritos, os moradores procuraram a portaria do prédio, que acionou a polícia. Segundo ela, a briga teria acontecido por conta de uma suposta traição de Luciana.
O subcomandante do Bope, que esteve à frente da ação, afirmou que a operação foi cuidadosa, mas que todos os procedimentos necessários para a proteção dos reféns foram realizados. “Desde as 20h existe uma ação da polícia para esse caso. Toda a estrutura de gerenciamento de crise está feita, inclusive com bombeiros de prontidão.”
Ameaças anteriores
Cintia da Costa, professora e amiga de Luciana, afirma que André Luiz ameaçava a mulher há pelo menos um ano. “Ela tem muito medo dele. Luciana já vinha reclamando que ele já brigava com ela há muito tempo. Ele era truculento. Ameaçava. Não a deixava sair sozinha com os dois filhos, apenas com um deles, para evitar que ela fugisse de casa. Ele era um lobo na pele de um cordeiro”, conta.
Cintia também contou que incentivou a amiga a denunciar, mas ela teria medo. “Ela já tentou buscar ajuda, mas foi avisada que não iria adiantar denunciar ele”, explica.
Segundo o cunhado de Luciana, a mulher chegou a denunciar André para a Delegacia da Mulher, mas não se separou por medo. “Luciana tem muito medo dele. Já chegou a denunciar ele, mas a delegada orientou a não tomar nenhuma providência até o processo ser consolidado. Ela não pediu a separação por temer o marido”, conta.
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