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Balões coloridos por um ano mais livre e feliz

Que todos os pedidos sejam atendidos: do fim da guerra na Síria às nossas demandas por igualdade, alegria, respeito, fim do preconceito, dinheiro, amor, sexo bom...

Por Patrícia Zaidan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 out 2016, 16h56 - Publicado em 31 dez 2015, 07h00
Arquivo Pessoal
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Há uma promessa ótima para começar o ano: o acordo de paz na guerra da Síria, depois de cinco anos de conflito, 250 mil mortos, 4 milhões de refugiados. A negociação do cessar-fogo se dará sob a mediação da ONU. Haverá um governo de transição e uma eleição em 18 meses. Mas o acordo só significará paz, de verdade, se na mesa incluírem as mulheres. Do contrário, quem se lembrará delas? Milhares de sírias foram estupradas por soldados, de ambos os lados. Para o perverso, não havia nada mais prazeroso que invadir povoados, tocar fogo e violentar as mulheres do inimigo. Possui-las, era rir dos maridos e cantar vitória. A isso se seguiram outros prejuízos para as famílias das sírias e seus negócios. Que os ventos soprem a favor delas. Adeus, ano velho.

       Que tudo se realize no ano que vai nascer: a violência doméstica precisa cair no Brasil. Tem que zerar o cárcere privado. Existe, sim! Quem denunciou isso pela primeira, em 2008, foi a então ministra da Mulher Nilcéa Freire.

       Das sete ondas que serão puladas no mar, uma será pela negra. Que seja dona de seu espaço, sem sofrer desqualificação, podendo entrar e sair de onde quiser com seus cabelos, turbantes, colares de contas, tailleurs, jalecos e óculos de intelectual.

No romper de 2016, sal grosso e arruda para que não seja negada a pílula do dia seguinte no SUS e que nenhum projeto insano ameace essa realidade.

Flores ao mar para que jamais um policial ou juiz diga a uma mulher que ela fez por merecer uma surra.

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Rosas perfumadas por todas as mutiladas. Pelas prostitutas. Chefes de família solitárias. Traficadas como mercadoria. Pelas mães dos meninos mortos no tráfico, na batida policial, em atropelamento da avenida movimentada.

Um champanhe aberto, com grande espocar, pelas que se livraram de um casamento ruim, triste, sem graça, sem prazer.

Romã nas nossas carteiras. Dinheiro próprio e farto para a autonomia e o deleite. É bom gastar com os próprios desejos.

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Todos os santos no peito, na bolsa, em casa por felicidade – com cada uma concebendo a sua.

E que em 2016 ninguém dite regras para uma mulher sonhar, decidir, estudar, trabalhar, criar filhos, transar.

O ano novo há de trazer muitas alegras. Os balões coloridos já estão aqui, nesta página, para subir ao seu céu e ao meu.

Deixa voar. Brindemos!

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