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Aumentam casos de racismo no Brasil, mostra Anuário de Segurança Pública

Dos assassinatos ocorridos em 2021 no país, 77,9% das vítimas eram negras, metade delas com idades entre 12 e 29 anos, sendo 91,3% do gênero masculino

Por Da redação
29 jun 2022, 18h39
No cartaz, foto da garota Ágatha Félix, 8 anos. Ela foi uma das vítimas de operações policiais no RJ .
No cartaz, foto da garota Ágatha Félix, 8 anos. Ela foi uma das vítimas de operações policiais no RJ . (Wendy Andrade/CLAUDIA)
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Entre 2018 e 2021, os casos de racismo no Brasil saltaram de 1.429 para 6.003, representando um aumento de 31%, de acordo com os dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento também expõe outros dados da violência racial no país: apesar do número de mortes violentas ter caído 6% no ano passado, atingindo o menor patamar em 11 anos (foram 47,5 mil casos no ano passado, contra mais de 50 mil em 2020), a população negra continua sendo a mais vitimada em homicídios. Dos assassinatos ocorridos, 77,9% das vítimas eram negras, metade delas com idades entre 12 e 29 anos, sendo 91,3% do gênero masculino. Já os números da violência policial mostram que 6.145 cidadãos foram assassinados por forças de segurança, e 84,1% dos mortos eram negros (em 2020, eram 78,9%). Já entre a população branca, as mortes em consequência de violência policial caíram 30% no mesmo período.

Em dados absolutos, as notificações de violência intencional passaram de 50.448 mortes em 2020 para 47.503 no ano passado, o patamar mais baixo desde 2011, quando o Brasil registrou 47.215 homicídios. Desde então, o maior patamar registrado foi em 2017, com 64.078 mortes. Em 76% dos casos ocorridos no ano passado, as mortes intencionais foram provocadas por armas de fogo.

Todas as regiões do país apresentaram queda no indicador, com exceção da Região Norte, onde elas passaram de 5.758 notificações em 2020 para 6.291 no ano passado, com aumento no Pará, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima. Bahia e Piauí também registraram um aumento absoluto desse indicador.

Estupros e violência contra população LGBTQIAP+

Se, de modo geral, os homicídios tiveram uma queda no país no ano passado, os casos de estupro aumentaram 4,2%, conforme mostra o Anuário de Segurança Pública, que registrou um total de 66.020 casos, sendo que 61,3% das vítimas tinham até 13 anos e, em quase 80% das ocorrências, o autor da violência era conhecido da vítima.

Entre a população LGBTQIAP+, o aumento dos registros de estupro entre 2020 e 2021 foi gritante, chegando a 88,4%. Em números absolutos, esses crimes saltaram de 95 para 170 nesse período. Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais também sofreram com um aumento de 35% dos casos de agressão física e de 7% dos homicídios, que passaram de 167 para 179 nesse período. Quando considerados os números absolutos de casos registrados, em 2021 houve 448 agressões, 84 estupros e 12 homicídios a mais contra essa comunidade do que em 2020.

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