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Pesquisa mostra que mulheres deixam de lado a saúde mental e hobbies pelo trabalho

Quem cuida do seu dinheiro e do seu bem-estar quando você se esquece de você mesma?

Por Paola Carvalho
9 Maio 2025, 18h00
Quem cuida do seu dinheiro e do seu bem-estar quando você se esquece de você mesma?
Quem cuida do seu dinheiro e do seu bem-estar quando você se esquece de você mesma? (Claudia/CLAUDIA)
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Falta de vigilância, desatenção, desinteresse, menosprezo, falta de iniciativa, indolência, inércia, preguiça, descuidado, desaplicação. Na estante de livros, guardo duas edições impressas de dicionários, ainda encapadas com o plástico exigido pelo colégio.  

Em vez do Michaelis, pego o Houaiss em mãos. Com uma curiosidade despretensiosa, busco uma palavra que tem visitado algumas de minhas reflexões: “negligência”. Os sinônimos, um atrás do outro, me parecem cruéis demais quando direcionados a qualquer pessoa que seja. São mais carregados de significados ainda quando se escuta de alguém como um alerta para você mesma. 

A palavra também me encontrou na minha caixa de e-mail. “O autocuidado e saúde mental são os aspectos mais sacrificados por mulheres na hora de buscar um crescimento profissional” era o assunto da mensagem. Segundo a pesquisa “Mulheres nas empresas: o que querem da carreira e da vida pessoal”, feita pela Todas Group e pela Nexus, 7 em cada 10 mulheres (71%) abriram mão da saúde física ou de hobbies em razão do trabalho e pouco mais da metade (52%) negligenciou a saúde mental pelo mesmo motivo.

Perceber uma autonegligência serve como alerta, mas também como oportunidade. O estudo mostra que o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é a prioridade para quase metade (46%) das mulheres entrevistadas, seguido por saúde mental e bem-estar (40%) e estabilidade financeira e segurança no trabalho (39%). Era possível escolher até duas respostas. A Nexus entrevistou 1.203 mulheres de grandes empresas e multinacionais.

As entrevistadas abriram mão de muita coisa, segundo o levantamento: metade (50%) do tempo com a família, 33% da vida social e lazer, 24% da maternidade ou desejo de ter filhos, 14% de relacionamentos afetivos, 14% da estabilidade financeira e 3% da vida religiosa. Elas puderam escolher até três áreas sacrificadas.

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Fechando as páginas do Houaiss e sendo, digamos, mais moderna e adepta às novas tecnologias, digito agora autonegligência no ChatGPT. A resposta, dada em segundos mais rápidos do que a minha leitura pode acompanhar, descreve:  “É quando uma pessoa não consegue ou não quer cuidar de si mesma, comprometendo sua saúde e segurança. Pode ser intencional ou não intencional. Autonegligência não significa preguiça. É fundamental olhar com empatia e buscar ajuda profissional quando se percebe esse comportamento em si ou em alguém próximo”.

A negligência financeira pode ser consequência de uma vida inteira sem acesso a dinheiro ou sem educação financeira. Esse tipo de negligência, geralmente involuntária, tem impactos profundos. É quando também perdemos a própria autonomia. Deixar de pagar contas, ignorar o acúmulo de dívidas, não acompanhar extratos, não guardar recursos para emergências, deixar dinheiro parado quando poderia estar rendendo em algum investimento são alguns dos exemplos. 

Para silenciar a mente, às vezes é preciso desligar o som. Estaciono o carro, preciso caminhar até o consultório da dentista. Interrompo o podcast, tiro o fone do ouvido, desisto do telefone celular. A rua é arborizada. Não vejo, mas escuto que há muitos passarinhos. Na esquina, a construção de um enorme prédio se ergue. Não vejo, mas escuto um homem cantar  “O Que é, O Que É?”, de Gonzaguinha. 

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Só precisei parar para ouvi-los. Negligenciar o que se sente, o que se sonha ou o que se guarda na carteira são faces da mesma moeda. Escutar a si mesma e ao mundo ao redor pode ser o primeiro investimento. 

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