Casa com história! Saiba como apostar na decoração afetiva
O desejo pelo conforto encontra a personalização dos ambientes: eis a fórmula perfeita para uma décor afetiva. Veja projetos cheios de memórias!
Por vezes, uma expressão é tão repetida que seu real sentido acaba se perdendo. Comida afetiva, memória afetiva… O que, de fato, é afetivo? Conforme define o dicionário, afetividade é o “conjunto de fenômenos psíquicos que se revelam na forma de emoções e de sentimentos”. Apesar dos clichês, querer transferir isso para dentro de casa, lugar onde mais estamos confortáveis, faz todo o sentido – é a chamada decoração afetiva.
“Os boomers e a geração Z vão dar vida nova ao que é antigo e seus lares terão uma combinação de moderno e vintage”, diz um levantamento feito pelo Pinterest que revela as tendências para 2023 e aponta que as buscas por “casa com história” estão em alta na decoração.
Essa valorização do retrô está também atrelada à busca pela personalização, conforme afirma a arquiteta Cristiane Schiavoni (@cristianeschiavoni). “A casa com história está relacionada a ambientes com a nossa cara. As pessoas querem espaços sem modismos ou sem precisar agradar ao outro.”
Em tempos de upcycling e mais consciência ambiental, garimpar objetos está em saudável evidência, seja uma relíquia de família ou um achado de antiquário. Foi esse resgate que norteou a reforma do apartamento paulistano abaixo, onde alguns pertences da avó da moradora foram espalhados pelos ambientes.
Na sala de estar, a charmosa cristaleira traz a lembrança de família e guarda taças e garrafas especiais. Para contrastar com a peça, Duda Senna (@dudasennaarquitetura), arquiteta responsável pelo projeto, escolheu as banquetas cor-de-rosa da designer Alessandra Delgado.
Decoração afetiva é o lema profissional de Maria Gabriela Amaral (@mariaarquitetura), que acredita que uma casa precisa abrigar sonhos. Abaixo, é possível ver detalhes de um de seus projetos em Salvador.
A intenção da profissional foi criar um apartamento com “cara de casa”. Para isso, todos os móveis, quadros, objetos de decoração e plantas que já eram do cliente foram previstos desde o início da reforma. “O que mais gosto é o fato da personalidade dos moradores estar evidenciada em cada canto; essa casa não poderia ser de outras pessoas. Além disso, o velho e o novo dialogam”, comenta a arquiteta.
Histórias também são contadas por meio da coleção de pratos do proprietário do apartamento em Estoril, Portugal (acima). A reforma feita pelo arquiteto Mauricio Nóbrega (@mauricionobregaarquitetura) contou com marcenaria brasileira e azulejaria portuguesa.
Já a parede em branco do pequeno apartamento projetado por Carolina Lorenzato e Larissa Monzú (@degrade_arq), ganhou cor com objetos de viagens — acima do bufê aparecem máscaras, chapéu, entre outras memórias.
Por fim, a arquiteta Ana Toscano (@anatoscanoarquitetura) mostra detalhes do próprio apartamento, onde uma escultura de formiga remete à uma viagem de comemoração de casamento. Já os banquinhos em madeira e couro foram herdados da avó e servem de apoio para os pés. O amor depositado nos detalhes mostra que, por vezes, os clichês valem a pena.