10 livros que toda mulher deveria ler
Com histórias sobre amor, família, sonhos e descobertas, estas obras te ajudam a entender questões importantes sobre o sexo feminino e a se desenvolver
Os livros são uma fonte de conhecimento, inspiração e entretenimento. Como todo público, as mulheres podem encontrar neles personagens que se identifiquem e as façam refletir, aprender e sonhar. Pensando nisso, separamos 10 obras que todas elas deveriam ler.
Afetos ferozes
“Afetos ferozes” é sobre o elo delicado e muitas vezes exaustivo da relação mãe-filha. E faz isso através da história de Vivian e sua mãe, que se desentendem, acabam se distanciando, mas se reaproximam. A dinâmica do local em que vivem tem papel central: as mulheres são as responsáveis pela manutenção da casa e das crianças, enquanto os maridos quase nunca são vistos. “Mal me lembro dos homens. Eles estavam por toda parte, lógico ― maridos, pais, irmãos ―, mas só me lembro das mulheres”, diz o livro.
Sentir um pensamento
Não bastasse apresentar reflexões de Clarice Lispector para 52 semanas, a obra ainda traz cores, formas e colagens para um dos livros mais bonitos do mercado brasileiro. Entre dúvidas, certezas e esperanças da maior escritora brasileira, o leitor é atravessado por questões que definitivamente mudam a forma como ele vê e interpreta o mundo e sua própria existência.
Agora veja então
A obra acompanha o esfacelar de uma família. Tudo porque o desprezo feroz de um homem contra a própria esposa, que buscava a felicidade no casamento, mas precisa dar conta das tarefas domésticas, é contínuo, até que ele deixa a mulher por outra mais jovem. Através dos fluxos de consciência dos quatro personagens, Jamaica Kincaid mostra os paralelos entre ódio e amor, maternidade e violência, família e egoísmo.
O jovem
Annie Ernaux, vencedora do Prêmio Nobel da Literatura, revela em poucas páginas um relacionamento que teve, aos 54 anos, com um estudante trinta anos mais novo. A relação, como era de se esperar, questiona a visão sobre envelhecimento, amor e mulher, tudo junto e misturado. Sem esconder ou esquecer do poder que ela exerce sobre o parceiro mais jovem.
Madame Bovary
Ao se casar, Emma Bovary encontra no matrimônio uma rotina pacata e tediosa ‒ bastante diferente das paixões emocionantes dos livros que consome. Não demora muito para a jovem adoecer e buscar aventuras idealizadas, por métodos que nem sempre a sociedade compreende ou apoia quando feitos por mulheres, como a traição. Mais do que entender ou não a decisão da personagem, o leitor percebe em Emma o interesse pelo próprio prazer e pelas paixões que a dominam, ao invés da submissão ao sexo masculino, ao marido, ao lar e aos filhos.
Sarah é isso
Sarah é cheia de nuances: ri, chora, fuma, dança, deseja, erra, vive intensamente ‒ inclusive o amor. O romance de estreia da francesa Pauline Delabroy-Allard, aliás, conta a história de uma paixão avassaladora, daquelas capazes de desnortear qualquer um que a encontre, da qual sentem por Sarah. “Após a primeira noite de amor, viver longe dela é uma aberração”, nos diz a narradora. Sim, a obra é sobre descobrir o amor, mas também sobre o lugar assustador que um sentimento tão bonito pode nos levar.
A autobiografia da minha mãe
A narrativa gira em torno de Xuela Claudette Richardson, que perde a mãe no próprio parto. Como estratégia de defesa, desenvolve ainda pequena a apatia, tudo para lidar com a ausência do amor, a falta que jamais será preenchida e a necessidade de encontrar um lugar no mundo sem o auxílio materno.
Dezessete anos
Colombe Schneck estabelece um diálogo direto com o escrito “O acontecimento”, de Annie Ernaux, para contar a história de um aborto feito por ela. Colombe não precisa que os outros a julguem, pois ela faz isso por si. A autora se pune e sente culpa, mesmo que não exista dúvidas sobre sua decisão pelo aborto.
Dias de se fazer silêncio
Aos 12 anos, Maria é exposta à finitude da vida. O irmão de apenas 10 anos é um paciente terminal e, por isso, está no foco de seus pais. A solidão experimentada por Maria com a ausência da mãe, que não tem forças para estar presente, por sentir o luto antes mesmo do filho partir, faz com que a criança sinta culpa e, ao mesmo tempo, deseje a morte do irmão. Ela acredita que, assim, a mãe poderia voltar a ser a mulher de antes.
O coração que chora e que ri: Contos verdadeiros da minha infância
Maryse Condé oferece ao leitor uma visita ao seu caderno de memórias da infância em Guadalupe. Entre lembranças familiares, amorosas e pessoais, nos deparamos com a impossibilidade de demonstrar sentimentos tidos como de fraqueza e a existência de conflitos, principalmente os traçados com sua mãe, dona de uma personalidade severa e rígida, incentivando a própria filha a ser dona das palavras, mesmo que de forma dura.