Souk Burger: o restaurante especializado em hambúrgueres libaneses
Já imaginou comer um sanduba com recheio de kafta, quibe e até falafel?
As lembranças de infância do paulista de família libanesa Tarik Bechara Leal, 31 anos, são de encher a boca de água. “Minha tia Magui, cozinheira de mão cheia, e minha mãe passavam o dia em casa picando os ingredientes, separando as especiarias, recheando os charutinhos de repolho… No fim, tínhamos um verdadeiro banquete no almoço de domingo”, conta ele.
Parecia injusto manter aqueles sabores e aromas da culinária típica só entre eles. “Pensei em abrir um restaurante árabe, mas há muitos em São Paulo e eu queria fazer uma coisa diferente”, relata.
Algum tempo de reflexão e dedicação e surgiu o Souk Burger, no bairro de Pinheiros. “As refeições do Oriente Médio têm sempre pão, proteínas e pastas. A gente costuma servir tudo junto e comer com as mãos, ou seja, daria um belo sanduíche”, completa. Para materializar a ideia, pediu a consultoria da tia Magui, que contribuiu com suas receitas.
Esqueça os hambúrgueres óbvios. Ali, os pães são recheados com discos feitos de quibe, kafta, cordeiro… Para os vegetarianos, há versões de babaganuche e falafel (à base de grão-de-bico). Os temperos típicos, como zaatar, cardamomo e páprica, dão toque especial a maioneses e molhos. “Souk é o nome dado às feiras e mercados movimentados dos países árabes; aqui seria como um mercado de lanches”, explica o empresário.
A convite de CLAUDIA, Tarik reuniu a família para celebrar o sucesso e, mais uma vez, servir a comida que os une – e que alimentou tantos momentos de afeto. A decoração não escapou ao tema e incluiu lanternas enfeitando a mesa, penduradas em galhos e até no chão, sobre tapetes persas.
Os tons metalizados apareceram nos vasos, nos talheres e nos copos de cristal trabalhados. Com estampas de arabescos, as louças reforçaram a ambientação do encontro. Nesse clima tão intimista, o que reinou foi o alto-astral.
Como tudo na cozinha do Souk tem um toque autoral e especial, o pão sírio não foge à regra. A versão que Tarik criou é temperada e, sozinha, já serve como aperitivo. Para reproduzir em casa, basta dispor os pedaços em uma assadeira, regar com manteiga derretida e polvilhar com sal e zaatar. “Leve ao forno preaquecido a 180ºC por até 15 minutos”, ensina.
Outra invenção é o tabule que leva manga, kani e alface, além dos ingredientes originais. “Quis dar um toque tropical”, justifica. Quem preferir testar outras frutas na mistura pode apostar no morango. Já a salada fatuche ele faz com presunto cru e figo fresco, sem rabanete.
Tarik admite que, no início da empreitada, ficou receoso de intervir tanto na cozinha típica. “Tinha medo de as pessoas considerarem uma ofensa à cultura, mas fui surpreendido pelos elogios até de quem vem de países árabes.” Para brindar, caipirinha de áraque, destilado à base de anis, com limão-siciliano e limão-taiti mais gengibre. “É uma maneira de provar a bebida em um drinque mais suave”, diz.