Como Tony Bennett está enfrentando a batalha contra o Alzheimer
Diagnosticado em 2016, músico tem sofrido com perda de memória, mas ainda reconhece os amigos e a família
O cantor Tony Bennett, 94 anos, revelou nesta segunda-feira, 1º, que está enfrentando uma batalha contra o Alzheimer desde 2016, quando foi oficialmente diagnosticado.
Publicada pela revista AARP, a entrevista com o músico e sua esposa, Susan Crow, pinta um retrato da rotina do músico e de seu trabalho ao lado de Lady Gaga na criação de um álbum sucessor ao Cheek to Cheek (2014), previsto para ser lançado ainda esse ano.
“Ele raramente fala, e quando o faz, suas palavras são hesitantes; às vezes, ele parece perdido e confuso”, diz um trecho sobre as filmagens do processo de gravação do novo disco. “Gaga, claramente ciente de sua condição, mantém suas falas curtas e simples (como recomendam especialistas na doença sobre como falar com pacientes com Alzheimer).”
Atualmente, Tony tem sofrido com perda de memória e apresenta dificuldades em fazer o reconhecimento de alguns objetos, mas ainda não tem problemas do tipo com amigos e a família.
As suspeitas de que algo não ia bem começaram em 2015, quando Tony confidenciou a Susan que estava com dificuldades em lembrar os nomes de músicos que o acompanhavam em suas apresentações. Na época, ela não se preocupou tanto, pois achou que fosse um efeito normal da velhice. Afinal, ele havia acabado de completar 90 anos.
Tony, contudo, não ficou satisfeito com a solução encontrada de colocar no piano uma lista com os nomes de seus colegas. Ele sabia que algo estava errado e decidiu procurar um médico.
O diagnóstico foi feito pela neurologista Gayatri David, que acompanha o cantor até hoje. “Aos 94 anos, ele faz tantas coisas que muitas pessoas sem demência não conseguem. Ele realmente é um símbolo de esperança para aqueles com um transtorno cognitivo”, disse a médica.
Esperança também é o que os familiares esperam transmitir ao compartilhar abertamente os desafios que o artista tem enfrentado, como disse Danny Bennet, filho e responsável por gerenciar a carreira de Tony há mais de 40 anos, em um comunicado.
Na carta, ele escreveu que, com o gesto, deseja ajudar todos aqueles que enfrentam essa condição e também acabar com o estigma que envolve a doença. “Acima de tudo, nós queremos aumentar a conscientização, defender o avanço de novas terapias e, um dia, encontrar uma cura”, disse.