Para amiga de Lady Di, princesa estaria viva se não tivesse sido enganada
Segundo inquérito divulgado nesta quinta-feira (20), a BBC faltou com "transparência e integridade" sobre entrevista realizada por Martin Bashir
No início deste mês, a polícia britânica decidiu que Martin Bashir, jornalista da BBC, não seria investigado pela entrevista que realizou com a princesa Diana em 1995. No entanto, nos últimos dias um relatório foi realizado para investigar as táticas utilizadas na entrevista. O processo apontou que o veículo “ficou aquém de seus altos padrões de integridade e transparência.”
Além disso, foi apontado que Martin agiu de forma “enganosa” e ainda forjou documentos para conseguir a entrevista com Lady Di. O relatório mostrou também que a investigação interna da BBC, realizada em 1996, foi “lamentavelmente ineficaz”.
Para o The Sun, Simone Simmons, amiga da princesa, afirmou que Lady foi engada. “Não tenho dúvidas de que Diana ainda estaria viva hoje se não tivesse falado com Bashir. Justiça deve ser feita”, alegou.
Simone estava com Diana na primeira visita que o jornalista fez ao palácio. Na ocasião, ela alega que Bashir envenenou a princesa com mentiras, afirmando que seus telefones estavam grampeados, e valorizando seu trabalho social.
“Ela chegou muito animada e disse ‘Simone, ele vai fazer um programa sobre as minhas instituições de caridade, não é maravilhoso’. Eu achei brilhante”, explicou.
Tanto a BBC quanto o jornalista se desculparam pelo ocorrido. O jornal admitiu o erro e a falta de esforço para descobrir o que houve na época, já que o inquérito mostrou “falhas claras”. Martin disse que se arrepende de falsificar os documentos, apontado que “foi uma coisa estúpida”.
O juiz, Lord Dyson, que conduziu a investigação em 1996, descobriu que o entrevistador enganou o conde Earl Spencer, irmão da princesa, para “ganhar sua confiança” e conseguir ser apresentado à Diana.
“Ao obter acesso à Princesa Diana dessa forma, o Sr. Bashir foi capaz de persuadi-la a concordar em dar a entrevista”, aponta o relatório.
A investigação mostrou que, depois do ocorrido, Martin mentiu aos gerentes da BBC sobre os documentos falsos e seu relato foi descrito como “inacreditável, não confiável e, em alguns casos, desonesto”. Em um pronunciamento, ele se desculpou, mas disse que ainda está “imensamente orgulhoso” da entrevista.
“Os extratos bancários não tiveram qualquer influência na escolha pessoal da princesa Diana em participar da entrevista”, afirmou o jornalista sobre a participação da princesa de Gales.
Após a nota escrita por Diana em 1995, que nunca tinha sido vista pelo público, ser encontrada pelo jornalista no final de 2020, ela foi publicada pela primeira vez no relatório.
Desde o ocorrido, o irmão de Diana questiona as táticas utilizadas na entrevista. A pressão feita por ele ao tornar as acusações públicas fez com quem o inquérito fosse realizado.
Tim Davie, diretor geral da BBC, se desculpou pelo ocorrido e afirmou que hoje o jornal tem procedimentos melhores e que realmente faltaram esforços para descobrir ao certo como a entrevista foi conduzida.
“Embora o relatório afirme que Diana, Princesa de Gales, estava entusiasmada com a ideia de uma entrevista com a BBC, está claro que o processo para garantir a entrevista ficou muito aquém do público tem o direito de esperar. Lamentamos muito por isso. Lord Dyson identificou falhas claras“, completou.
A entrevista foi muito importante na época, já que era a primeira vez que um membro da família real falava abertamente sobre a vida na realeza. Lady Di comentou sobre seu casamento com príncipe Charles e problemas que enfrentava, como a bulimia. Seu divórcio foi oficializado após ela contar que: “Éramos três neste casamento… então ficou um pouco lotado”.