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Movimento de mulheres é eleito personalidade de 2017 pela Time

"The Silence Breakers" foi responsável pela mobilização de mulheres em denunciar assédios sexuais e estupros que sofreram

Por Maria Beatriz Melero Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 dez 2017, 14h30
 (TIME/Reprodução)
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O movimento The Silence Breakers foi anunciado pela revista Time como a personalidade de 2017 nesta quarta-feira (6).

The Silence Breakers foi responsável pela mobilização de mulheres para romper o silêncio (referência ao nome do grupo) e denunciar assédios sexuais e estupros que sofreram no ambiente de trabalho ou em outras situações cotidianas.

Um dos pontos altos do movimento foi a hasgtag #MeToo (“eu também”), utilizada por internautas de ao menos 85 países, de acordo com a Time, para relatar abusos que sofreram e apoiarem outras vítimas.

“Por terem dado voz a segredos, por mobilizarem as redes dos sussurros para as redes sociais e por incentivarem todos a pararem de aceitar o inaceitável, o The Silence Breakers é a personalidade de 2017″, explica o diretor de Redação Edward Felsenthal.

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Histórias da capa

Para estampar a capa da revista, foram escolhidas mulheres símbolos das denúncias, como a engenheira Susan Fowler, 26 anos, a atriz Ashley Judd, 49 anos, a lobista Adama Iwu, 40 anos, a cantora Taylor Swift, 27 anos, a mexicana Isabel Pascual*, 42 anos e uma jovem anônima.

Neste ano, Taylor conseguiu ganhar o processo contra o DJ David Muller pelo assédio sofrido em 2013. Durante evento de divulgação do álbum Red, David apalpou as nádegas da cantora. Após o assédio, ele foi expulso pelos seguranças da jovem, o caso ganhou repercussão e David foi demitido da rádio em que trabalhava. A demissão causou revolta por parte do ex-radialista que moveu uma ação judicial contra a estrela pop e pediu indenização por danos morais. Na visão dele, a cantora era a responsável por sua saída da empresa. Por fim, decidiu-se que Taylor não era culpada.

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Susan é a ex-funcionária da Uber que denunciou o chefe por assédio ao RH da empresa, mas teve seu relato negligenciado pela companhia. Em depoimento compartilhado em fevereiro deste ano, a engenheira conta ter sido aconselhada a mudar de setor para não ser mal avaliada pelo superior que a assediou, uma vez que a Uber não poderia fazer nada contra ele pois se tratava de um funcionário bem avaliado no sistema.

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No começo de outubro, Ashley acusou o produtor Harvey Weinstein de tê-la assediado sexualmente há 20 anos. Na ocasião, a atriz foi convidada para uma reunião em um hotel com o cineasta, mas foi surpreendida ao ser recepcionada por ele vestindo apenas roupão e com o convite para tomar banho juntos.

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Ainda em outubro, Adama emplacou o site We Said Enough para incentivar mulheres a contarem histórias de abusos. A iniciativa partiu depois que a lobista foi assediada no banheiro da casa legislativa de Sacramento, na Califórnia.

Foi para Adama que a mexicana Isabel* contou sua história. Por medo, a trabalhadora rural utilizou um pseudônimo para denunciar o estupro que sofreu sem colocar a família em risco. O propósito de narrar o que lhe aconteceu, mas manter o anonimato, é o de dar voz, espaço e ser solidária a todas que não conseguem ou têm medo de fazer suas denúncias – como a mulher anônima que estampa a capa.

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