Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, morre aos 80 anos
Primeiro negro a assumir um cargo de chefia na Organização, Annan recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 2001.
O ex-secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, faleceu na madrugada deste sábado (18), em um hospital na cidade de Berna, capital da Suíça.
De acordo com um comunicado publicado pela Fundação Kofi Annan, no Twitter, o diplomata ganês foi levado às pressas ao estabelecimento e faleceu após contrair uma “doença súbita de evolução rápida”. Mais informações sobre a causa de sua morte ainda não foram divulgadas.
“É com imensa tristeza que a família Annan e a Fundação Kofi Annan anunciam que Kofi Annan, ex-Secretário Geral das Nações Unidas e Prêmio Nobel da Paz, faleceu pacificamente no sábado, 18 de agosto, após uma breve doença. Sua esposa Nane e seus filhos Ama, Kojo e Nina estavam ao seu lado durante seus últimos dias.
Kofi Annan era um político global e um internacionalista profundamente comprometido que lutou ao longo de sua vida por um mundo mais justo e pacífico. Durante sua distinta carreira e liderança das Nações Unidas, ele foi um fervoroso defensor da paz, do desenvolvimento sustentável, dos direitos humanos e do Estado de Direito.
Depois de deixar as Nações Unidas, ele continuou a trabalhar incansavelmente na causa da paz através de sua presidência da Fundação Kofi Annan e como presidente do The Elders, o grupo fundado por Nelson Mandela. Ele era uma inspiração para os jovens e para as pessoas mais velhas.
Kofi Annan era filho de Gana e sentia uma responsabilidade especial para com a África. Ele estava particularmente comprometido com o desenvolvimento africano e profundamente engajado em muitas iniciativas, incluindo sua presidência do Africa Progress Panel e sua liderança inicial da Aliança por uma Revolução Verde na África (AGRA).
Onde quer que houvesse sofrimento ou necessidade, ele estendia a mão e tocava muitas pessoas com sua profunda compaixão e empatia. Ele abnegadamente colocava os outros em primeiro lugar, irradiando bondade genuína, calor e brilho em tudo o que fazia. Ele fará muita falta a tantos ao redor do mundo, bem como à sua equipe na Fundação e seus muitos ex-colegas no sistema das Nações Unidas. Ele permanecerá em nossos corações para sempre.
A família pede gentilmente por privacidade neste momento de luto. Os preprativos para celebrar sua vida notável serão anunciados posteriormente”, diz a declaração, em tradução livre.
António Guterres, atual secretário-geral da ONU, também veio a público através das redes sociais para lamentar a morte de Annan, dizendo que ele “Era uma força guia para o bem”.
“Junto-me ao mundo no luto por sua perda. Nestes tempos turbulentos e difíceis, seu legado como defensor global da paz continuará sendo verdadeira inspiração a todos nós”, completou.
Primeiro negro a assumir um cargo de chefia na Organização, Annan recebeu o Prêmio Nobel da Paz pela criação do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária, em 2001.