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Eriberto Leão se compara a seu personagem na novela “Paraíso”

O ator vive Zé Eleutério, um “peão doutor” da nova trama das 6

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 09h09 - Publicado em 16 mar 2009, 21h00

Eriberto Leão comemora papel de 
protagonista na trama das 6
Foto: Renato Rocha Miranda

Esta é a hora de Eriberto Leão. O ator, de 36 anos, estreia no papel de protagonista, como o Zé Eleutério de Paraíso. Também prepara um documentário, Os Brasileiros, sobre os Yanomamis, para lançar no final do ano. Dois assuntos que são, no momento, os objetos da paixão do gato. E não é apenas pelo provável sucesso que as produções podem alcançar. A felicidade diz respeito a algo mais inusitado: a chance de falar sobre o interior e, consequentemente, sobre o homem simples.

A conclusão do parágrafo acima soa como um “papo-cabeça”? Se sim, o alvo foi acertado. Eriberto é afeito a respostas longas, cheias de divagações e intenções nobres. O ator se esforça para passar longe da superficialidade tão em voga nesses tempos de celebridade instantânea. Para ele, Paraíso não é apenas o remake de um grande sucesso (a primeira versão foi exibida em 1982), com a missão de recuperar o horário das 6 da Globo, depois do fracasso de Negócio da China.

Não, é muito mais que isso. “Essa é uma novela para a gente usar a nosso favor. O que queremos para nossos filhos? É dizer, no futuro, que perdemos grandes pedaços de terra para os outros? E que não fizemos nada, que estávamos cegos?”, indaga, com esperança de que o quadro sombrio se reverta. “Que Paraíso faça com que a gente enxergue o nosso tesouro, que é o interior”, torce. Se depender de Eriberto, a difícil missão será cumprida.

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Além de afirmar que tem “uma relação verdadeira com o interior”, o ator observou com atenção a população e os peões das regiões onde gravou, como Mato Grosso e Minas; e Miguel Pereira e Conservatória (as duas últimas no Rio), além de ter aprendido a tocar berrante. Aliás, o instrumento também levou o ator a reflexões profundas. “Quando eu tive minha primeira aula, o professor me perguntou: ‘O que é o som do berrante?’ Eu: ‘É o som do boi’. Mas não é”, conta. E, em seguida, explica aos desavisados, repetindo o que ouviu do mestre berranteiro: “É o som da terra. Vem lá de baixo, sobe, sai pela sua boca e o animal (boi) reconhece o som da mãe dele, que é a terra”, diz, aproveitando para ir mais longe. “E a Nossa Senhora, a grande mãe, quem é? É a terra, esse feminino.”

O BEM E O MAL

A comparação entre Nossa Senhora, a terra e o berrante já mostra o quanto Eriberto está envolvido com a história de seu personagem – um peão que todos acreditam ser filho do diabo – e sua paixão por Maria Rita (Nathalia Dill), vista como santa na região. “Zeca é cavalo selvagem, assim como eu, que não serei domado nunca. Sempre vou questionar, procurar a vervidadade no meu coração e no coração dos meus irmãos”, explica. Apesar do tom pacificador, Eriberto, assim como Zeca, tem um olhar benevolente para a figura temida do diabo, a quem chama de Deus também. “Eles são um só. É o mesmo lado”, afirma. Antes que a declaração soe polêmica, o galã mesmo se apressa em explicar: “O mal não é essa energia que chamam de diabo. O demônio é energia telúrica, da terra… É a paixão, o desejo. Agora, quando essa energia domina… É o mal”.

UMA HISTÓRIA DE AMOR

A despeito de qualquer avaliação (profunda ou não), o fato é que Paraíso, antes de tudo, é uma história de amor. E com a missão de recuperar o bom ibope das 18 horas. Quanto à audiência… “Não me preocupo com isso”, diz Eriberto, categórico. Embora reconheça que “é muito difícil fazer sucesso com uma história que fale de amor”. Mesmo assim, ele aposta no fôlego de Zeca e Santinha. “Para funcionar como um amor verdadeiro, deve ser de uma poesia, de uma beleza… Benedito Ruy Barbosa é o mestre dos mestres, o último dos moicanos”, avalia. Quando questionado mais sobre a trama, Eriberto apela para uma fala de seu personagem. “Eleutério diz: ‘Eu vejo Deus na flor e na abelha, que suga o néctar da flor. Vejo Deus no pássaro que devora a abelha. Vejo Deus no homem que devora o pássaro. Consigo ver Deus até no verme que devora o homem. Eu só não consigo ver Deus no homem que devora o homem’. Então, o que mais eu posso falar?”, pergunta. E a gente responde: Mais nada, Eriberto. Está mais do que bom!

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