4 lições valiosas que todos os pais deveriam ensinar aos filhos
Psicopedagoga Alessandra Rogel revela quais são os ensinamentos mais importantes na busca por um desenvolvimento individual saudável de crianças e adolescentes
“Mas você não é todo mundo.” Certamente, qualquer adulto já ouviu essa frase em algum momento da vida, especialmente durante a infância e a adolescência. Quando mais novos, não entendíamos a lição poderosa sobre a singularidade da criação que esta expressão simples e corriqueira carregava. “Não ser todo mundo” reflete o quanto cada vivência familiar ajuda a moldar valores e comportamentos únicos durante a infância.
De acordo com a psicopedagoga Alessandra Rogel, ressaltar a importância da individualidade e autonomia durante a primeira infância é essencial na jornada de desenvolvimento de valores importantes, tornando a criação cada vez mais consciente e menos influenciada pelas divergências de outras rotinas.
“Nenhuma criança é igual, assim como nenhuma criação também. Os pais vivem essas diferenças na pele e no dia a dia”, complementa.
Esse e outros ensinamentos fazem parte das reflexões que dedicamos aos pais a seguir. Através deles, esperamos que as famílias possam criar dinâmicas que elevem a autoestima e segurança dos pequenos. Confira:
Ensinamento 01: “O tempo e a organização é uma responsabilidade de todos nós”
Nessa lição, o diálogo e a inclusão de crianças e adolescentes no gerenciamento do tempo familiar pode vir a ser uma estratégia eficaz na promoção de um senso de organização e de responsabilidade para os pequenos.
Segundo Alessandra, essa inclusão consciente contribui no fortalecimento de laços familiares, no desenvolvimento da autonomia e também na criação da autoestima, tão importante nesses primeiros anos de vida.
“Comece com pequenas responsabilidades, como organizar os brinquedos ou arrumar a cama. Isso incentiva o senso de responsabilidade, a importância da autonomia, tanto individual quanto coletiva, especialmente para aqueles que dividem espaços com irmãos e outros familiares”, explica Rogel.
Para a especialista, abrir mão de realizar algumas tarefas pelos filhos também se torna essencial em dado momento, principalmente para os adolescentes, afim de evitar relações de extrema dependência emocional e comportamental.
“Evitar fazer tudo por e com eles pode ser difícil, porém, isso os ajuda a entender o real valor de completar tarefas sozinhos. Não se trata de terceirizar responsabilidades ou de criarmos ‘pequenos adultos’, mas sim, de desenvolver autoconfiança para que possam lidar com desafios mais complexos no futuro”, diz.
Ensinamento 02: “Faça no seu ritmo, no tempo que precisar”
Cada criança tem seu próprio ritmo, e respeitar esse aspecto é fundamental para fortalecer habilidades como a paciência e a concentração. Ignorar esse processo, segundo Alessandra, pode limitar o potencial de desenvolvimento cognitivo e emocional, gerando ansiedade.
“Em vez de os compararmos com outras crianças ou pressioná-los a se ajustarem a padrões externos, como expectativas de alto rendimento, é essencial oferecer um ambiente de aprendizagem que respeite as necessidades individuais. Isso inclui explorar diferentes métodos de ensino e adaptação”, explica Rogel.
“Independentemente da forma como cada um aprende, é essencial permitir que as crianças se desenvolvam no próprio tempo. Não queremos criar crianças ansiosas por não atingirem boas notas ou por não serem boas em determinadas atividades. O tempo gera lições valiosas”, conclui.
Ensinamento 03: “Sua escolha é importante. Qual ou o que você prefere?”
Permitir que crianças e adolescentes tomem decisões apropriadas para sua idade, como escolher roupas, atividades ou refeições, é um passo importante na construção da autonomia.
Segundo Rogel, oferecer esse espaço desde cedo não apenas desenvolve a autoconfiança, mas também prepara os jovens para decisões mais complexas nos anos seguintes. “Perguntar ‘O que você acha que seria melhor fazer agora?’ é um ponto de partida eficaz. Essa prática estimula a formação de opiniões sólidas, que serão fundamentais para lidar com situações de medo, tristeza, vergonha ou perigo”, explica a especialista.
Além disso, a prática de tomar decisões colabora para o fortalecimento da inteligência emocional, habilidade de equilíbrio que durante a infância ajuda a gerenciar emoções de forma cada vez mais independente, reduzindo a necessidade de validação externa.
Ensinamento 04: “Os seus sentimentos são importantes. O que você está sentindo?”
Por fim, ensinar os filhos a reconhecer, compreender e expressar suas emoções é um pilar fundamental para o desenvolvimento da autonomia emocional e social. Essa prática vai além de apenas ouvir o que a criança tem a dizer; é um exercício de construção de um vocabulário emocional.
“É preciso ajudar a identificar e nomear os sentimentos, pois entender o que estão sentindo e as razões por trás dessas emoções revela muito sobre o que estão vivenciando e como estão processando essas experiências”, afirma a psicologista.
Essa abordagem promove não só a construção inicial da inteligência emocional, mas também os prepara para lidar com situações de frustações e perdas.
“Quando uma criança aprende, por exemplo, a dizer ‘estou frustrado porque perdi no jogo’ ou ‘estou triste porque não consegui o que queria’, ele também aprende a lidar com a situação de maneira construtiva. Essa capacidade de identificar emoções ajuda na autorregulação e evita que sentimentos negativos sejam internalizados ou mal compreendidos”.
E aí, qual desses conselhos você daria para o seu eu do passado?
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