A dieta do shake de linhaça e aveia
"Perdi 38 kg com o shake de linhaça e aveia. E mais: magrinha e sexy, me livrei dos maus-tratos do meu ex-marido!", conta Alessandra Maria Torres
Alessandra foi dos 94 kg aos 56 kg
Foto: Vera Jordan / Arquivo Pessoal
“Vivi meu pior momento como gorda em março de 2008. Eu me arrumava para o aniversário da minha irmã. Provava um vestido vermelho novinho, que ficava na altura do joelho. Era bem diferente dos modelos que eu usava para esconder meus 94 kg. Me olhei no espelho e gostei de mim. E aí, só para ganhar um elogio, perguntei a opinião do meu marido. Ele respondeu, curto e grosso: “Você está parecendo um botijão encapado”.
Esse comentário despertou em mim uma raiva incontrolável. Parti para cima daquele homem que estava comigo havia sete anos e era pai do meu filho de 6. Foi briga de tapa! Um absurdo. Mas eu estava cansada de ser maltratada. Disse para ele procurar outra mulher e joguei o vestido longe. Meu marido foi para o bar. Fiquei chorando. “Tenho que mudar de vida!”, pensei.
Sim, era o momento de agir. Eu aguentava as humilhações do meu esposo desde 2002, quando nosso filho nasceu. Na época, eu tinha 20 anos e perdi apenas 10 kg dos 30 kg que ganhei na gestação. Mesmo amamentando, não conseguia controlar a boca. Devorava até seis pães com manteiga por dia. E ainda me entupia de refrigerante, linguiça, coxinha, hambúrguer e biscoito recheado.
Meu marido me chamava de gorda, baleia, elefante… Dizia para eu tomar cuidado para não quebrar a cadeira. Eu me trancava no quarto e chorava, sentindo pena de mim e raiva dele. Ao mesmo tempo, eu o amava e tinha medo de perdê-lo. Para piorar, foi nessa época que minha mãe ficou doente e faleceu. Eu só queria comer e chorar! Fiquei assim até o dia em que provei o vestido vermelho.
Minha primeira atitude foi pedalar 12 km por dia
Levei meses para tomar uma iniciativa, mas, aos poucos, consegui adotar algumas atitudes. A primeira foi começar a ir para o trabalho de bicicleta, 6 km na ida e mais 6 km na volta. Consegui um emprego como auxiliar de cozinha em agosto de 2008.
O problema é que eu continuava com uma alimentação exagerada. Isso me fazia chegar ofegante e com as pernas tremendo ao trabalho. Então, quando comecei a sentir enjoos e dores no estômago, descobri que estava com gastrite e pressão e colesterol altos. Eu tinha que emagrecer!
A essa altura, as brigas com meu marido estavam piores. Não existia mais vida conjugal. Até dormíamos em camas separadas. Aí, ele decidiu fazer o que eu disse quando discutimos por causa do vestido: procurou outra mulher. Eu o flagrei no meio da rua. Mas dessa vez eu estava determinada a mudar.
Alessandra ficou linda e contou os seus segredos à revista SOUMAISEU!
Foto: Reprodução Revista SOUMAISEU!
Segui o cardápio da nutricionista, com refeições leves a cada três horas. Cortei frituras e doces e criei um shake com mamão, linhaça e aveia para regular meu intestino e me ajudar a secar.
Como a quantidade de comida diminuiu demais, eu sentia muita fome. Aí, enchia a barriga tomando água ou ia dormir. Uma vez, tive tontura e quase desmaiei. Mas lembrava das dores no estômago e das humilhações por que passei. Coloquei na cabeça que eu ia vencer!
Nas três primeiras semanas, parecia que meu estômago formigava. Mas eu me sentia mais leve e meu intestino começou a funcionar! Antes da dieta, eu ficava até cinco dias sem ir ao banheiro!
Fiquei magra e me livrei do ex-marido
Após um mês de reeducação alimentar, perdi 10 kg e cheguei aos 84 kg! Fiquei tão feliz! E esse foi o único incentivo que tive para continuar com a dieta. Meu marido, enciumado, dizia que eu estava ficando feia e com cara de doente! Dá para entender? Assim, o amor que eu ainda sentia por ele foi acabando, dia após dia.
Em janeiro de 2010, cinco meses depois, alcancei a minha meta: 56 kg! No total, eliminei 38 kg e pulei do manequim 48 para o 36. Comecei a usar roupas curtas e justas, blusa tomara que caia e salto alto! Passei a percorrer o trajeto até o meu trabalho em 20 minutos, superdisposta. Antes, fazia em 40 minutos!
Teve gente que não me reconheceu. Até desconfiaram que eu não era a mesma pessoa da foto da minha identidade. Cheguei a ser paquerada na rua! Apesar de tudo, não conseguia conquistar o homem que eu amava. Meu marido continuava daquele jeito grosseiro e machista.
Mesmo magrinha, ele me desprezava! Não aguentei mais viver assim e coloquei um ponto final. Pedi o divórcio em abril do ano passado, três meses depois de chegar ao meu peso ideal. Falei que não o amava mais. Ele chorou, pediu perdão e se declarou para mim. Enfim, disse todas as palavras que esperei ouvir por nove anos! Só que dessa vez eu já tinha chegado ao meu limite.
Comprei uma passagem e ele foi para a sua terra, no Maranhão. Nunca mais nos vimos. Só nos falamos por telefone por causa do nosso filho. Neste momento, quero ficar solteira e curtir a vida! Já tenho planos de me matricular em aulas de lutas marciais para acabar com a flacidez do meu corpo. Agora não tem homem que me segure!“