Spencer: o que é realidade ou ficção no filme da Princesa Diana?
Spencer abusa de metáforas e simbologias para reproduzir o mundo íntimo de Princesa Diana. Mas o que é fato (ou fake) nesta cinebiografa?
Desde que estreou no Festival de Veneza, em setembro de 2021, Spencer está rendendo inúmeros debates. E não é para menos: o novo flme de Pablo Larraín aborda um dos períodos mais controversos na vida da Princesa Diana, no mesmo estilo intimista proposto pelo cineasta em Jackie (2016). Ambientado no tradicional natal da Sandringham House, casa de campo em Norfolk, na Inglaterra, em meados dos anos 1990, o longa explora os dias que foram primordiais para que Diana Spencer decidisse se divorciar do Príncipe Charles e abandonar o seu status como integrante da Família Real Britânica.
O período conturbado e cheio de teorias permitiu ao diretor usar licenças poéticas e criativas para retratar os fatos de maneira extremamente metafórica, como indica o prólogo: “Uma fábula baseada em uma verdadeira tragédia”. Tudo dentro de uma estrutura surrealista, belamente conduzida pela atuação de Kristen Stewart – um dos rostos-chave para a edição do Oscar deste ano. Inevitavelmente, a dúvida surge: o que realmente aconteceu fora das telas? A seguir, desvendamos as curiosidades de Spencer, já nos cinemas.
A Princesa Diana sofria com distúrbios alimentares?
Sim. a única biografa autorizada por ela – Diana: Sua Verdadeira História, escrita por Andrew Morton – revela que a bulimia da princesa começou logo após o noivado com o Príncipe Charles, que fazia comentários ofensivos sobre o seu corpo. O distúrbio se intensifcou quando ele passou a ter um caso com Camilla Parker.
A obsessão Por Ana Bolena era real?
Não. Apesar de ambas serem parentes distantes (Diana é bisneta de 13º grau de Bolena), a princesa nunca declarou que temia ter o mesmo destino da segunda esposa do Rei Henrique VIII – em 1536, ele orquestrou a execução de Ana Bolena para poder se casar com a amante Jane Seymour.
Diana tinha medo de ser assassinada pela família real?
Durante o filme, a protagonista reflete sobre a possibilidade da família Real encomendar o seu assassinato como vingança pelo divórcio com o Príncipe Charles. De acordo com a ABC News, Diana já soltou a seguinte afirmação: “Um dia eu subirei em um helicóptero, e ele irá apenas explodir. o MI6 vai sumir comigo”.
Tchau, casamento!
Anualmente, a família real se reúne na capela St. Mary Magdalene, próxima a Sandringham House, para comemorar o Natal. E em 1993, a Princesa Diana canalizou toda a atenção do evento para transmitir uma mensagem através da moda. A dramaticidade de seu casaco vermelho e chapéu preto, acompanhado de um curto véu, marca a primeira cerimônia natalina em que a princesa compareceu como uma mulher divorciada.
O item queridinho
Em estilo tartan, tradicional estampa xadrez típica dos kilts escoceses, o blazer é assinado por Catherine Walker, uma das estilistas preferidas da Princesa Diana. A primeira vez que ela vestiu a peça foi em 1988, durante uma visita ofcial à França, ao lado do Príncipe Charles. No ano seguinte, Diana foi vista com o blazer icônico em Portsmouth, na Inglaterra. Não é surpreendente, portanto, que a peça apareça logo nos primeiros minutos de Spencer.
Mar aberto
Em abril de 1989, no desfle de despedida da faculdade militar Dartmouth Royal Naval College, a princesa usou um look que buscava expressar o maximalismo fashionista dos anos 1980, com grandes botões, paleta marcante e adereços que combinavam com a temática náutica do evento. O vestido, de Catherine Walker, e o chapéu, de Philip Somerville, serviram de inspiração para um dos figurinos usados por Kristen Stewart. A diferença está na tonalidade amarela escolhida.
Digno de red carpet
Que a Princesa Diana era um ícone fashion você já sabe. Mas se tem uma peça que deixou todo mundo de queixo caído foi esse vestido, feito pela dupla de estilistas David e Elizabeth Emanuel – os mesmos que assinaram o look do casamento de Lady Di. Ele foi usado pela primeira vez durante uma visita à embaixada alemã de Londres, em julho de 1986. No ano seguinte, Diana cruzou com ele o tapete vermelho da premiére de 007 Marcado Para a Morte. O modelo original foi vendido por 167 000 dólares em um leilão londrino, mas a inspiração usada no filme fez render ótimos comentários.