Primeiro longa dirigido por Regina King estreia em Veneza
Festival de Veneza é o primeiro grande evento do cinema em 2020 e terá também a exibição do documentário sobre Greta Thunberg
Com início oficial nesta quarta-feira (2), o Festival de Veneza é o primeiro grande evento do cinema a contar com a presença do público e de artistas em 2020. O júri desse ano é presidido pela atriz Cate Blanchett, que já pôde ser vista hoje na Itália.
Tilda Swinton, que faz parte dos jurados, também já está na cidade. Ela posou para os fotógrafos fazendo o símbolo de ‘Wakanda Para Sempre”, em homenagem ao ator Chadwick Boseman, que teve sua morte anunciada sexta-feira (28).
Com grande expectativa, Veneza é o festival de cinema mais antigo do mundo e considerado importante para identificar candidatos ao Oscar. Coringa, por exemplo, estreou no festival antes de render o reconhecimento a Joaquin Phoenix.
Com os novos casos de coronavírus na Itália e outros países, cresceu a rigidez na segurança, mas o evento não foi cancelado. As temperaturas serão verificadas e as salas só receberam 50% de sua capacidade. Os lugares terão que ser reservados online, o público terá que usar máscara facial e não serão permitidos fãs perto do tapete vermelho. “Acreditamos que é hora de recomeçar para o cinema”, disse o diretor do Festival, Alberto Barbera.
Outro destaque no Festival de Veneza 2020 é o aumento no número de filmes dirigidos por mulheres, oito produções no total. Entre eles, está a estreia da atriz Regina King na cadeira de direção de um longa-metragem (ela já dirigiu episódios das séries This Is Us e Scandal). “Estou tão excitada e ansiosa, todas as diferentes formas das palavras”, brincou Regina para falar do filme One Night in Miami. “Não pudemos fazer cabines por causa da pandemia”, ela explicou o nervosismo. O filme reflete sobre a segregação racial no sul dos Estados Unidos e conta a história do encontro entre Cassius Clay, Malcolm X, Sam Cooke e Jim Brown, todos envolvidos com a luta pelos direitos civis e discutindo sobre manter a resistência não-violenta, defendida por muitos.
“Eu decidi na minha cabeça que ninguém mais poderia contar essa história além de uma pessoa negra. Eu senti que como uma mãe negra, filha e sobrinha que essa era a história do meu filho, do meu pai e do meu tio tanto quanto foi de Jim Brown, Sam Cooke, Cassius Clay ou Malcolm X”, ela diz.
Apesar da pandemia, Regina quer seu filme nas salas de projeção, mas não sabe se terá tempo. Além do Oscar (que não fala), há a atualidade do tema que ela sente demandar o lançamento mesmo antes que a vida social seja normalizada. A pandemia, por exemplo, custou a presença da própria diretora na estreia do filme. Regina não vai a Veneza ou Toronto, participando das coletivas via videoconferência. “Estou tão honrada de estrear em Veneza, mas não poderei estar lá”, admite a atriz.
Outro destaque do Festival promete ser o documentário I Am Greta, que como o nome sugere, acompanhou a vida da ativista ambiental Greta Thunberg e conta com muitas imagens ainda inéditas da jovem que virou um símbolo de dedicação. Assim com Regina, Greta não vai a Veneza pessoalmente, porque voltou às aulas presenciais e não anda de avião. “Eu gostei do filme e ele apresenta uma imagem realista de mim”, ela disse. “Espero que ao assisti-lo as pessoas finalmente entendam que nós jovens não estamos fazendo greve por diversão. Estamos protestando porque não temos escolha”, avisa.
O Festival de Veneza acontece do dia 02 de setembro até o dia 12.
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