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Pabllo Vittar e Luísa Sonza contam detalhes do ‘Queen Stars’, da HBO Max

'Reality' musical estreia dia 24 de março e trará competição entre 20 drag queens de diferentes lugares do Brasil

Por Joana Oliveira
17 mar 2022, 08h06
Luísa Sonza e Pabllo Vittar apresentam o reality 'Queen Star', da HBO Max.
Luísa Sonza e Pabllo Vittar apresentam o reality 'Queen Star', da HBO Max.  (HBO/Divulgação)
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Depois de anos esperando por um reality totalmente made in Brazil, os fãs da cultura de drag queens finalmente têm o que comemorar: no dia 24 de março, estreia na HBO Max o Queen Stars, competição musical com 20 queens de diferentes partes do país comandada por Pabllo Vittar e Luísa Sonza. Dividido em oito episódios, o programa tem como jurados Vanessa da Mata, Tiago Abravanel e Diego Timbó, que avaliarão as habilidades de canto, dança e performance das participantes. A proposta do reality, explicam as apresentadoras, é dar visibilidade e aproximar as pessoas pelo menos de parte da cultura LGBTQIA+. “Será uma oportunidade muito legal das pessoas verem as história por trás da beleza e grandiosidade das drag queens. Mostramos a vida delas, nos emocionamos e choramos com elas. A gente sabe como é importante ter alguém ali falando que ‘você é boa’, principalmente quando tem tanta gente dizendo que não”, disse Luísa durante a coletiva de imprensa de lançamento realizada na terça-feira, em São Paulo.

Pabllo se emocionou ao comentar a similaridade entre sua trajetória, desde quando fazia shows na periferia de Caxias, no Maranhão, com a das artistas que participam do reality: O que eu quero para o Brasil é que as pessoas se inspirem, saiam das suas bolhas e façam realmente o que elas querem fazer. Eu aprendi muito. Me sinto muito honrada e muito agradecida de poder ser uma dessas referências para tantas outras meninas e meninos do país”.

Em conversa exclusiva com CLAUDIA, Pabllo contou que a primeira vez que teve contato com o universo drag foi aos 11 anos, quando saiu de casa escondida da mãe para ver a performance de uma amiga no bar de sua cidade. “Anos depois, fiz um show em Dublin e quem vi na plateia? Essa mesma amiga!”, ri. Já para Luísa, a própria amiga foi quem lhe abriu as portas desse universo. “Quando vi a Pabllo pela primeira vez, me identifiquei imediatamente. Ia aos shows dela e meus olhos brilhavam, então isso me deu curiosidade de procurar outras drags e conhecer mais desse mundo. Conheci Gloria Groove e virei fã dela também. Hoje em dia, me inspiro muito nas drag queens”, afirma. 

Ambas garantem, no entanto, que mesmo mulheres que, aparentemente, não têm nenhuma conexão com esse universo ou com a comunidade LGBTQUIA+ em geral podem aprender muito com o programa. “Tem muito aprendizado de como se conhecer e se amar mais. Além do grande respeito que fica por essa comunidade. As drags têm muita autoestima e confiança. Eu, por exemplo, como homem gay, preciso disso para abraçar meu lado feminino, principalmente em uma sociedade onde o machismo é estrutural“, comenta Pabllo.

“Nossos mundos se entrelaçam muito, porque, afinal, é tudo sobre o feminino, esse feminino que é sempre muito reprimido, junto com nossa sensualidade e nossa sexualidade. Na arte drag, o feminino se exacerba, e isso é muito especial”, acrescenta Luísa.

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Apesar de todo esse poder e segurança, as artistas têm em comum os momentos de dúvida e incerteza. “Quando as meninas iam fazer apresentações, eu me via muito no nervosismo delas, no medo de falhar, no medo do que os outros vão achar… Quando a gente vai dar um novo passo, lançar um novo trabalho, recebemos elogios, mas também enxurradas de ódio gratuito. Vê-las ali me lembra de que somos, sim, estrelas do pop, somos foda!”, diz Pabllo.

“Nós somos todas artistas. E artista é artista independente da proporção de sua fama, isso ficava muito claro quando as meninas vinham contar suas histórias, pedir conselhos… Emocionalmente, me sinto muito próxima hoje do lugar de quando comecei. É uma eterna provação interna e uma eterna busca de confiança, independente de estar em cima de um palco como apresentadora ou como performer”, pondera Luísa, que contou com a ajuda da amiga para se soltar como apresentadora. A cantora relata que ambas se divertiram durante as gravações, mas Pabllo frequentemente tinha que lhe passar o texto. “Ela é mais aplicada”, ri.

Apesar de toda a (elevada) expectativa do público, as apresentadoras dizem não temer comparações com programas gringos de audiência já cativa, como Ru Paul’s Drag Race. “Tudo o que se faz no Brasil é único e original. O fato de termos artistas de diversas regiões do país já mostra nossa pluralidade”, garantem. Diversidade e purpurina não vão faltar.

 

 

 

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