Ex-monge dá dica para viver o presente e ensina visualização de gratidão
Em novo livro, "Pense como um Monge", Jay Shetty promove reflexões a partir de situações do dia a dia
“Nós, monges, colocamos nossa gratidão em prática em todas as pequenas interações do dia. Certa vez, embarquei num Uber com muita pressa e distraído. O carro demorou um pouco mais que o normal para andar e, quando finalmente percebi e perguntei ao motorista se estava tudo bem, ele respondeu: “Sim. Estou só esperando o senhor responder ao meu ‘Oi’.” Isso me fez acordar e pode apostar que hoje sou mais cuidadoso em reconhecer a presença dos outros.
Ser curto e direto pode ser mais eficiente e profissional, mas passar nossos dias no piloto automático nos impede de compartilhar as emoções que nos unem e que nos sustentam. Um estudo que incentivou algumas pessoas nos trens dos subúrbios de Chicago a puxarem conversa com desconhecidos sobre qualquer tema constatou que aqueles que tomavam coragem para conversar relatavam uma experiência de transporte mais positiva.
A maioria desses passageiros havia imaginado que o desfecho seria o contrário e, ao examinar mais a fundo, os pesquisadores descobriram que não era por pensarem que os desconhecidos seriam desagradáveis, mas por temerem o constrangimento de puxar conversa e serem rechaçados.
Não foi o caso, e a maioria dos desconhecidos aceitou de bom grado conversar. Quando fazemos o esforço de nos conectar com aqueles que estão à nossa volta, criamos oportunidades de gratidão em vez de definhar no anonimato.
Pense em todas as atividades diárias que envolvem outras pessoas: ir e voltar do trabalho, um projeto profissional, fazer compras no mercado, levar as crianças para a escola, jogar conversa fora com seu parceiro.
Esses pequenos acontecimentos preenchem a nossa vida, e quanto prazer eles nos proporcionam depende em grande parte de nós. Depende especificamente de quanta bondade nós colocamos nessas interações e de quanta gratidão sentimos por elas.
EXPERIMENTE ISTO: UMA VISUALIZAÇÃO DE GRATIDÃO
Demore-se um instante agora mesmo pensando em três coisas que outras pessoas lhe deram:
1. Uma pequena gentileza que alguém lhe fez
2. Um presente que foi importante para você
3. Algo que torna cada dia um pouco melhor
Feche os olhos. Volte no tempo até o lugar e o momento desses acontecimentos e reviva o que você sentiu – as imagens, os cheiros e os sons. Torne a experimentar tudo com fascínio e vivencie esses sentimentos de maneira mais profunda.
Depois dessa visualização, reconheça que pequenas coisas estão acontecendo com você. Não as ignore nem as trate como normais. Em seguida, demore-se um instante experimentando a sensação de ser cuidado, lembrado, amado. Isso deve turbinar sua autoestima e sua autoconfiança.
Por fim, saiba que o simples fato de se sentir bem não é o objetivo final. Permita que esse reflexo conduza você à sensação de que deseja retribuir com amor, devolvendo àqueles que lhe deram ou transmitindo o amor e o cuidado àqueles que não os têm.
Jay Shetty (@jayshetty) é ex-monge e autor do recém-lançado Pense Como um Monge (Sextante), seu primeiro livro.
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