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Leituras de CLAUDIA: romances contemporâneos e um clássico para abril

Romances sobre gênero e racismo, um estudo sobre os estigmas da maternidade nas favelas e a reedição de 'Macunaíma' são as dicas de leitura do mês

Por Joana Oliveira
Atualizado em 6 abr 2022, 13h10 - Publicado em 5 abr 2022, 08h07

Em abril, a pedido de muitas leitoras, CLAUDIA retoma, com alegria, sua indicação de leituras mensais. Para começar, selecionamos romances contemporâneos celebrados, como O avesso da pele, de Jeferson Tenório, que ganhou o Prêmio Jabuti no ano passado por retratar com dureza e sensibilidade as violências do racismo brasileiro, mas também livros que falam do humor e da riqueza cultural do país, como o clássico Macunaíma, que ganhou edição especial para o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Boa leitura!

O parque das irmãs magníficasCamila Sosa Villada

Capa de 'O parque das irmãs magníficas'.
(Editora Planeta/Divulgação)

Neste romance da argentina Camila Sosa Villada, a narrativa se desenrola a partir do regaste de um bebê abandonado, que é acolhido por um grupo de travestis na madrugada do Parque Sarmiento, em Córdoba. Na primeira vez que visitou o parque, depois que se mudou para a cidade para cursar a universidade, a própria autora estava atormentada pela brutal advertência seu pai: “Um dia vão bater nessa porta para me avisar que te encontraram morta, jogada numa vala”, disse ele, esse o destino mais provável para “um homem que se vestia de mulher”. Lá, Camila encontrou, ao contrário, acolhimento e a sensação de que, pela primeira vez, pertencia a algum lugar no mundo. É essa ternura que encontramos nas páginas d’O parque das irmãs magníficas (Editora Planeta), o retrato de uma identidade de grupo, um manifesto explosivo contra as violências que atravessam as vidas das travestis, e também a fúria e a festa de suas existências. R$ 31,27 na Amazon. 

Figuras da causação: as novinhas, as mães nervosas & mães que abandonam os filhos – Camila Fernandes

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Capa do livro 'Figuras da causação'.
(Editora Telha/Divulgação)

Nesse livro, da Editora Telha, a antropóloga Camila Fernandes investiga e revela a produção e reprodução de estereótipos aplicados às mulheres pobres, tendo como recorte as favelas do Rio de Janeiro. A pesquisadora entrevistou mulheres vítimas de “fofocas” e “acusações” de que “transam muito”, “têm muitos filhos” e “são irresponsáveis” e transporta para a obra como as relações em uma sociedade marcada pela desigualdade social, expectativas de gênero e precariedade se combinam com o racismo com que são vistos os pobres e seus territórios. O livro mergulha na vida dessas mulheres que são consideradas “desviantes” ao não encaixar-se (por falta de políticas públicas) no padrão de sexualidade planejada e no modelo de maternidade dócil e compulsório. R$ 65,00 na Amazon.

O avesso da pele – Jeferson Tenório

Capa de 'O avesso da Pele'.
(Cia das Letras/Divulgação)

Violência policial, o resgate de memórias familiares e a brutalidade do racismo que estrutura o Brasil são os eixos narrativos do livro vencedor do Prêmio Jabuti de 2021, que impacta pela linguagem sensível e, ao mesmo tempo, dura. É o peso realista d’O avesso da pele (Companhia das Letras) que comove e choca os leitores com os contextos sociais, econômicos e raciais que atravessam as relações entre pais e filhos. O romance é narrado em primeira pessoa e em forma de carta por Pedro, protagonista que escreve ao pai, assassinado em uma desastrosa abordagem da polícia. Uma história que, tristemente, (re)conhecemos rotineiramente nos jornais e que, por isso mesmo, nos faz sentir testemunhas diretas das dores narradas ali. Uma leitura fundamental não apenas para quem gosta de literatura bem feita, mas para quem pratica a consciência política e social. R$ 34,90 na Amazon.

Macunaíma, o herói sem nenhum caráter – Mário de Andrade

Capa de 'Macunaíma'
(Antofágica/Divulgação)

Neste ano de centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a editora Antofágica reedita o clássico de Mário de Andrade com primorosas ilustrações de Camille Sproesser, apresentação de Antonio Fagundes e posfácios de Tom Zé e Cristino Wapichana, entre outros. Macunaíma nasce no fundo da mata virgem, no meio da floresta amazônica, “filho do medo e da noite”, com uma personalidade preguiçosa, ardilosa e birrenta, para tornar-se o herói brasileiro. Sua história, publicada pela primeira vez em 1928, é uma rapsódia da formação do Brasil, onde se cruzam vários elementos nacionais, desde o folclore e mitos de povos indígenas, com um extenso vocabulário regional. Tudo enriquecido pela edição em capa dura da Antofágica (conhecida por prezar pelo cuidado estético de seus livros), que tornam a obra uma edição de colecionador. R$ 87,25 na Amazon.

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