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Mostra traz história dos talheres com coleção de peças raras do século 18

Exposição “Faca, colher & garfo: uma história” é gratuita e reúne peças colecionadas e utilizadas por Ema Klabin ao longo de sua vida

Por Da Redação
Atualizado em 5 Maio 2022, 10h53 - Publicado em 4 Maio 2022, 08h55

Muitos detalhes da história da sociedade são possíveis de serem obtidos através da mesa. E não estamos falando apenas de gastronomia. De 7 de maio a 31 de julho, a Casa Museu Ema Klabin, em São Paulo, traz a exposição “Faca, colher & garfo: uma história”, que traz um breve relato da história dos talheres a partir de uma coleção que conta com peças raras do século 18.

Com curadoria de Paulo de Freitas Costa, a mostra apresenta, pela primeira vez de forma abrangente, os faqueiros e talheres conservados e utilizados pela empresária e colecionadora Ema Klabin ao longo de sua vida.

Área externa Casa Museu Klabin
Área externa da Casa Museu Ema Klabin. (| Foto: Acervo Ema Klabin/Divulgação)

Uma rara coleção

Na mostra, serão expostas cerca de 50 peças, do século XVIII ao XX, em prata de lei, muitas com douração. “A maioria é de peças inglesas de importantes prateiros dos períodos George IV e Vitoriano. As peças mais raras são colheres e garfos de 1806, e também as peças feitas por Mary Chawner em 1836, caso raro de uma mulher dirigindo uma ourivesaria”, explica o curador.

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Exposição Faca, Colher e Garfo
Peças do acervo de Ema Klabin, parte da exposição “Faca, Colher e Garfo” (| Foto: Massapê/Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)

Na sala de jantar do casarão, a exposição recria uma mesa ao estilo inglês do século 19 com peças da coleção. Nela ficam dispostas criações de importantes prateiros ingleses: pratos de Paul Storr (1830), sopeira e molheiras de John Collins (1827) e castiçais de John Watson (1823).

Exposição Faca, Colher e Garfo
Peças do acervo de Ema Klabin, parte da exposição “Faca, Colher e Garfo” (| Foto: Massapê/Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)

O público também pode conferir peças portuguesas que pertenceram ao pai de Ema, da década de 1930, um conjunto para chá inglês do período vitoriano e peças de três faqueiros principais que Ema Klabin usou no período em que residiu na casa.

O primeiro, adquirido por seu pai, Hessel, em 1938, é um faqueiro da casa Reis, Filhos Joalheiros, da cidade do Porto, Portugal; o segundo, um tradicional faqueiro inglês em vermeil (prata com banho de ouro) da primeira metade do século 19; e o faqueiro mais antigo da coleção, comprado em um antiquário em Nova York, com peças produzidas entre 1806 e 1838. Há ainda pequenos conjuntos de talheres para peixe, salada e sobremesa, diversos acessórios de mesa e algumas peças de metal prateado que pertenceram a Fanny Klabin, mãe de Ema.

Memórias de jantares ilustres

Sala de jantar da Casa Museu Klabin
Exposição recria uma mesa na sala de jantar ao estilo inglês do século XIX com peças da coleção (| Foto: Erik Diniz/Acervo Ema Klabin/Divulgação)

Ema Klabin registrava todos os seus requintados jantares em um caderno, onde anotava desde as porcelanas e pratarias utilizadas, até o menu, toalhas, vinhos e arranjos de flores (tiradas do seu próprio jardim). Nesses jantares recebeu visitas ilustres, como Assis Chateaubriand, Magda Tagliaferro, João Carlos Martins, José Mindlin, entre outros. Esse icônico caderno e suas memórias poderão ser apreciado durante a exposição.

Exposição Faca, colher & garfo - Casa Museu Ema Klabin
Manufatura Real de Porcelanas de Meissen. Cremeira – Jogo de chá “Leão Amarelo”. Meissen, Alemanha, séc.XIX. 9,1 x 9,5 x 7,0 cm. Coleção Ema Klabin. (| Foto: Henrique Godinho/Arquivo Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)

Durante as visitas mediadas, o público vai conhecer curiosidades que marcaram o desenvolvimento de cada talher. Por exemplo, que no reinado de Luís XIII, o Cardeal Richelieu, revoltado com o mau hábito que muitos tinham de palitar os dentes com a faca, exigiu que todas as facas tivessem suas pontas desbastadas. Ou ainda, que em 1699, o rei Luís XIV baniu inteiramente o uso de facas pontiagudas nas refeições, evitando assim que muitas discussões à mesa se transformassem em tragédia.

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Exposição Faca, Colher e Garfo
Peça do acervo de Ema Klabin, parte da exposição “Faca, Colher e Garfo” (| Foto: Massapê/Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)

Palestras sobre arte, etiqueta, gastronomia e simbolismos

Além da exposição, a Casa Museu Ema Klabin promove, até julho deste ano, um ciclo de palestras online que abordam a formação da cozinha brasileira, a arte e a gastronomia, os códigos de conduta à mesa, rituais alimentares, o sacrifício humano durante a Antiguidade, a ética e a etiqueta, a produção da porcelana, entre outros. Serão dez palestras online com pesquisadores de especializações diversas. Ao todo, estão disponíveis cerca de mil vagas e as inscrições para os encontros online podem ser feitas pelo site do museu: https://emaklabin.org.br.

As palestras são ministradas por grandes nomes, entre eles a ex-conselheira científica do Museu do Louvre e integrante de três missões arqueológicas no Egito, Cinta Gama, que vai contar uma breve história da formação da cozinha brasileira. A historiadora analisará, ainda, como a arte da mesa e os códigos de conduta alimentares ocidentais variam de acordo com os períodos históricos. Já a historiadora e mestre pelo programa de pós-graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa (USP), Keiko Nishie, fala sobre o surgimento da porcelana e analisa o repertório de história e arte presente em objetos de porcelana da Coleção Ema Klabin.

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Visitação

A mostra acontece de 7 de maio a 31 de julho, e pode ser vista de quarta a domingo, com entrada franca (a casa museu não cobra ingressos, mas incentiva as doações voluntárias). As visitas guiadas acontecem de quarta a sexta-feira em grupos de até cinco pessoas acompanhado por educador. Finais de semana e feriados, as visitas são livres em grupos de até 20 pessoas, sempre em quatro horários: 11h, 14h, 15h15 e 16h30. Não é necessário agendamento prévio.

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