Ócios do ofício
"Dizem que a siesta opera milagres no corpo e mente dos maduros, então estou me fiando nisso", Kika Gama Lobo
Querer fazer nada. Ou muito pouco. Procrastinação? Preguiça braba? Irresponsabilidade? Chame como quiser mas ando lenntttaaaaaaa. Dei pra dormir a tarde. Aquela torinha. Dizem que a siesta opera milagres no corpo e mente dos maduros, então estou me fiando nisso.
Ajuda que estou desempregada e nesse hiato corporativo, me joguei. Sem lei. Antes ainda tinha trava, agora jibóio 40 minutos como se fosse o sono dos justos. E é. Boletos pagos apesar de todo o duplo carpado financeiro, apesar dos mil bicos que faço e dos prospects que atazano sem parar. Mas dei pra confiar no ócio. Naquele “parar” e não ter listas e listas de afazeres para ticar.
Quem me conhece pessoalmente sabe que eu ando com uma pauta impressa que, ao longo da semana, rabisco, ressalto com lumicolor, risco ou adiciono tarefas. Quero viver com menos, fazer menos coisas, me preencher de observar, caminhar, meditar, orar. Chega de produzir como máquina e, celebrar aos peidos, o feito realizado.
Não tem nem graça, pois a pessoa fica um caco, não dorme, se entope de comida, se afoga na bebida mas acha que é foda por fazer zil coisas ao mesmo tempo. Fui sempre assim. Nem sei como não enfartei. Agora, mesmo parecendo ainda muito, coloco três compromissos no dia. Apenas. E quando saio a noite volto cedo.
Marco presença, dou um beijo na (o) anfitriã (ão) mas procuro retornar cedo para dar tempo de tomar um banho lento, assistir a uma série interessante (nada de maratonar) e sobretudo desligar o celular uma hora antes de cair dura na cama.
Com a menopausa meu sono não é mais aquela Brastemp e preciso que a melatonina faça efeito, que a testosterona seja aplicada no pulso e que eu não fique listando mentalmente o que preciso fazer no dia seguinte. Tudo o que presta em mim precisa ser valorizado.
E mesmo na contramão do mega capitalismo, vou achando meu curso de vida nesse timing louco que se tornou a atualidade 60+. Qualquer dia entro num retiro do silêncio, faço um detox de carboidrato e não toco em nenhuma champanhe ou caipisakê. Ainda chego lá!
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