Mulheres que amam demais: é hora de praticar amor próprio
"Amar demais alguém pode doer, porém se amar é o passaporte para a paz tão almejada", diz colunista Kika Gama Lobo
Na maturidade amamos menos? Sim ou não? Já levamos tanto toco, rasteira e chifre que ficamos mais pálidas em nossos rubores. Mas isso é bom ou ruim? Sinceramente, troco qualquer grande paixão pelo amor próprio. Essa é grande revolução dos 50+. Dedicamos nossas vidas aos imensos amores, tivemos nossos filhos e babamos por eles, nossos pais – mais velhos – ganharam a nossa dedicação, mas e o nosso coraçãozinho? Vagabundo?
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Não mais. Hoje ocupo meu dia a dia a pentear minhas dores colocando emplastros nas feridas. Inventei unguentos para seguir em frente e não quero mais ser a última “Coca-Cola” do deserto na vida de alguém. Eu quero todo esse holofote para mim. Quando acordo, medito num aplicativo francês em que a voz diz: “La lumière est toi” (a luz é você) e fico ouvindo aquele mantra na minha cabeça, afirmando positivamente: sim, sou puro êxtase.
Esse desbunde é treino. Nunca fui dada a esoterismo, nem nutri por mim grandes apostas ou certezas banhadas de autoestima. Cambaleei muito. E neste ziguezague quase sexagenário, entrei na rota do “Espelho, Espelho meu, existe alguém que me ame mais do que eu?”. Te convido a fazer o mesmo.
No começo pode parecer papo, mas faz efeito. E o saldo é uma viagem ao interior do seu coração. Sem escalas e com uma grande recompensa que é pavimentar a estrada com mais serenidade e afeto. Hoje amar demais alguém pode doer, porém se amar é o passaporte para a paz tão almejada. Isso não é pouco. Para e pensa. É reflexão das melhores.