Ancoramento
O autoconhecimento não é viver num mundo cor de rosa, mas sim ter resiliência para passar pelos trancos da vida
Nunca tinha usado essa palavra para falar da importância de trazer uma autoridade para a nossa vida prática. Sempre que tiver diante de algo valoroso para você – seja comprar um imóvel, dizer SIM para um relacionamento, morar fora do Brasil ou optar por uma nova religião, ancore.
Mas o que é isso? Lembrando aqui que eu não sou cabeção, não abraço árvore, não falo em línguas, não sou dotada de esoterismo. Muito pelo contrário. Tenho algo de raso, meio banal. Na pandemia decidi mudar a rotina, me disciplinar em outras práticas. Medito, ouço Lives estranhas e sempre estou atrás desta nova perspectiva de vida pra mim. Mesmo que eu ria por dentro. Acho essa maluquice de mudar de cor, sentir formigamento nos meus membros, me imaginar na lua, na praia deserta, na gruta uma viagem sem ácido.
Mas gosto de me levar para outras dimensões para voltar pra terra ainda mais presente. O autoconhecimento não é viver num mundo cor de rosa, mas sim ter resiliência e sabedoria para passar pelos trancos da vida. Conheço gente que passa por coisas surreais. Next. Não ficam no ruim. Não ficam remoendo e penteando o problema. Buscam soluções inclusive fictícias. Na cabeça delas a saída já existe por mais que ainda não tenha se materializado.
Tudo começa no pensamento. E nesses dias de pandemia tenho imaginado tanta coisa. Como se eu fosse um ser na quinta dimensão, algo como um 5G da espiritualidade afinal se tudo começa dentro da cabeça, porque não imaginar esse quadro de resoluções? Tenho resolvido todos os meus nós apenas na minha mente. Tudo mentira. Mas tenho acreditado que vai funcionar.
Misturo dívidas do IPTU com dar um fim para o meu bazar que está parado. Já emagreci 10 quilos neste esquema. Organizei minhas finanças. Publiquei um livro. Meu cabelo ficou lindo todo grisalho. E olha que nem consigo meditar profundamente, não sou elevada, não sou zen. Mas convido vocês para essa festa doida. Não precisa ir ao salão, nem de roupa chic, nenhum transporte. Nem perfume. Basta intencionar com seu coração e soltar para o universo. Tem até nome pra isso: guiança. Bora?
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