Wabi-sabi: o conceito zen-budista que se tornou tendência de decoração
O estilo veio do Japão, inspirado no zen-budismo, se reflete nos ambientes por meio de elementos orgânicos, naturais e imperfeitos
Os conceitos da arquitetura japonesa estão vindo com tudo para o Brasil (assim como para todo o mundo), e um dos melhores exemplos disso é o wabi-sabi, estilo que conquista a cada dia mais arquitetos e decoradores com sua proposta equilibrada e natural.
Na CASACOR Rio Grade do Sul deste ano, essa tendência foi trazida por Daniel Wilges, que somou peças clássicas e finas a texturas mais orgânicas. O belíssimo projeto fez sucesso na mostra em Porto Alegre, mas afinal, o que é o wabi-sabi? Quais são as suas premissas?
O que é estilo wabi-sabi?
O wabi-sabi foi inspirado na cultura zen-budista, que se baseia na beleza do transitório e no uso de formas orgânicas para aproximar os moradores de algo mais primitivo e acolhedor. O minimalismo se mostra como um pilar importante desse estilo, com a premissa de que “menos é mais”.
Outra característica marcante do wabi-sabi é o uso de tonalidades mais neutras aliadas a texturas que remetem à natureza. O propósito é levar o visitante ou morador a uma época mais simples, resgatando o Japão do século XV para a modernidade. Com isso, é possível vivenciar a experiência de algo sutil e moderno, somado à tudo o que é essencial.
Casa Wabi-sabi
A Casa Wabi-sabi, projeto da CASACOR Rio Grande do Sul 2021 assinado por Daniel Wilges, quis cumprir a temática da “Casa Original” trazendo um novo olhar e reflexões acerca do novo morar.
Com isso, o ambiente refletiu sobre a nova conotação atribuída aos lares do pós-pandemia e a crescente busca por lares mais acolhedores e primitivos. Assim, o espaço intimista e acolhedor resgatou as raízes do ser humano e sua relação com o ambiente.
Sustentabilidade no centro do wabi-sabi
Outro pilar importante quando pensamos no estilo wabi-sabi é a sua relação próxima com aquilo que é natural. O uso de elementos orgânicos é bastante tradicional na cultura zen-budista; dessa forma, o uso de peças de cerâmica, palha e outras fibras naturais, assim como a madeira, marcam esse estilo.
Mesmo os adornos que apresentam alguma rachadura ou defeito são aproveitados nesse estilo que valoriza a estética rústica e contraria os desperdícios.
Mix de texturas
As texturas são grandes aliadas desse conceito, pois são capazes de trazer um aspecto mais sensorial ao ambiente. Por isso, o uso de pedras, tecidos e tudo aquilo que convide ao toque é valorizado.
Na Casa Wabi Sabi, por exemplo, o arquiteto apostou em mármore e outros tipos de pedra para criar um contraste surpreendente entre peças rústicas e elementos sofisticados.